tag:blogger.com,1999:blog-69095102024-03-14T05:32:21.799-03:00Império das LetrasO que lês quando não és forçado determina o que serás quando não tiveres escolha. - Oscar Wilde.Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.comBlogger133125tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-86637189070450834172019-09-26T01:53:00.002-03:002021-03-02T08:13:37.460-03:00Nada muda nessa quarta-feira<p>Com uma carta, de peito partido<br />
não se adivinhou o que vinha à esteira<br />
daquelas lágrimas de crocodilo,<br />
dos dentes descansando à cabeceira,<br />
dedos agudos trêmulos de ansiedade<br />
não escondiam o tom de brincadeira.<br />
Ex-amigos ao redor do ataúde,<br />
enquanto o velho sentava à cadeira,<br />
"um novo futuro desaponta"<br />
bradavam coçando a algibeira<br />
de olho no soldo na conta</p><p>nada muda nessa quarta-feira<br />
<br />
O vento do leste espalhou papeis os sobre a mesa.<br />
Alguém correu à janela para ver a quebradeira<br /> e o que manteve a vela acesa<br />
virou bode e expiou rolando a ladeira.<br />
Nem adiantou a tristeza<br />
pois que as ruas já eram caldeira<br /> sangrando sob a histórica firmeza,<br />
entre gás e pau e o abismo à beira,<br />
entregou ao capataz a mão da princesa,<br />
derrotou-se o suor, nossa canseira<br />
matou o passado, a bondade e a beleza<br />
e enterrou seus mortos no barro da atoleira.<br />A pátria, cambaleante e já ciente da aspereza,<br />foi chão com o escuro à dianteira.<br />
E o fim vestiu-se de começo, um novo ciclo de torpeza<br />
com discursos de insulto e asneira <br />
sequestrou a esperança e, com destreza,<br />
trouxe consigo os baixos, iludidos de terceira<br />
retirou-se do sábado a singeleza<br />
e nada muda nessa quarta-feira.<br />
<br />
Quedou-se o mundo estupefato:<br />
escorregava nosso chão pela estribeira<br />
o colosso perdido coberto de mato<br />
filial agora da matriz norteira<br />
roçando-lhe a perna como um gato<br />
caíra na lábia lisonjeira.<br />
E ainda será o primeiro ato<br />
em que se locupleta essa fauna rasteira <br />
não haverá motivo por estar-lhes grato<br />
enquanto queimarem nosso lenho à lareira.<br />
<br />
Quando houver novamente sol alto<br />
por mais que ainda haja peneira <br />
me acorde então pois não falto <br />
ao som da criança trigueira<br />
ao terceiro sinal do teatro<br />
dando adeus à farsa caseira<br />
no calor de um domingo de asfalto<br />
pois nada muda numa quarta-feira<br />
<br /></p>Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-79188819140059583382018-04-12T15:47:00.001-03:002018-04-12T15:47:46.308-03:00Truman Capote, o escritor horizontalAbril chegou e com ele nos aventuramos a falar sobre mais uma grande estrela da constelação literária. Dessa vez seguiremos a trilha de Truman Streckfus Persons ou, como ficou mundialmente conhecido por suas matérias jornalisticas, roteiros, ensaios, pecas de teatro, contos e romances, Truman Capote.<br />
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Americano New Orleans, começou a escrever aos onze anos em 1944. Com dezenove anos, ganhou o Prêmio O. Henry com o conto "Miriam", posteriormente editado na coletânea 20 Contos, da Cia das Letras (tambem disponível no blog <a href="http://quintadoconto.blogspot.com.br/2016/08/miriam-truman-capote.html" target="_blank">Quinta do Conto</a>) e voltou a ganhar o mesmo prêmio em 1949, dessa vez com "Fechar a Ultima Porta". Mas em 1948 ele já chamava atenção após o lançamento de seu primeiro romance "Other Voices, Other Rooms". Talvez seu romance mais célebre seja "Bonequinha de Luxo", que, em 1961, virou filme estrelado pela namoradinha dos Estados Unidos, Audrey Hapburn, mas a obra que alçou-o ao estrelato literário foi "A Sangue Frio", um livro que reconstitui de forma documental o assassinato de uma família em Kansas. Este livro foi revolucionário pois inaugurou uma nova categoria: o jornalismo literário.</div>
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Antes mesmo de se dar conta de que seria um escritor, Capote escrevia para participar nos concursos do jornal Mobile Press Register que aconteciam aos sábados num clube próximo ao seu dentista, sempre regados a muito refrigerante grátis. Se inscreveu pela primeira vez com o conto, "Old Mr. Busybody", um <i>roman a clef</i> baseado em um escândalo local. Logicamente, após terem lido e ficarem cientes do que se tratava, não foi premiado. Porém não desistiu e, com apoio e incentivo de sua professora de inglês do ginásio, seguiu escrevendo.<br />
<br />
Somente aos quinze anos percebeu que queria ser escritor e começou a enviar contos para revistas e publicações trimestrais. Aos dezessete, seus primeiros três trabalhos foram aceitos, o que o deixou "tonto de excitação". Iniciou, portanto, escrevendo contos e, sobre eles, sua opinião era semelhante a <span style="color: red;"><a href="http://imperiodasletras.blogspot.com/2018/02/faulkner-e-ocupacao-da-escrita.html" target="_blank">Faulkner</a></span> e outros.<br />
<br />
<i>O conto parece ser a mais difícil e disciplinadora forma de prosa que existe.</i><br />
<i><br /></i>
Sua apurada técnica deveu-se muito `a pratica desse formato e concluiu que, para se chegar `a forma natural de uma história, o autor deve se perguntar se há outras formas de imagina-la, se aquela é realmente a sua forma absoluta e final. Para melhorar a técnica, Capote não tem dúvidas.<br />
<br />
<i>O trabalho é o único expediente que conheço.</i><br />
<i><br /></i>
E acrescenta, comparando a escrita com a pintura e a música.<br />
<br />
<i>A arte de escrever possui leis de perspectiva, luz e sombra. Se a gente nasce conhecendo-as, ótimo. Se não, devemos aprende-las.</i><br />
<br />
Mais tarde outras figuras seguiram a estimulá-lo, como foi o caso da editora de ficção da revista Mademoiselle, a editora da Random House e da Harper`s Bazaar, todas publicações para as quais Capote contribuiu. Escrevia e era pago por seus textos. Por isso, escrevia com extrema diligência.<br />
<br />
<i>A minha mente zumbia todas as noites, a noite toda, e não creio que eu haja realmente dormido durante vários dias.</i><br />
<i><br /></i>
E, para manter o ritmo, recorria a doses de bourbon e uísque, cujas garrafas mantinha escondidas numa maleta enfiada no armário. Quando dava a hora do jantar, mastigava algumas pastilhas para disfarçar o hálito e se juntava aos parentes `a mesa. Porém, seus silêncios e olhos embaciados acabaram por acusar-lhe e, apos um pequeno desastre, terminou por suspender este subterfúgio ou, ao menos, diminuir a frequência com que dele se valia.<br />
<br />
Mas todo esse esforço era recompensado pelos pagamentos que recebia.<br />
<br />
<i>Sou, com efeito, incapaz de escrever coisa alguma que eu não ache que me sera paga.</i><br />
<i><br /></i>
E não negava gostar da pressão do prazo de entrega de seus originais, o que lhe fazia bem.<br />
<br />
Capote, como dito, criou a Jornalismo Literário, seu estilo característico. Mas bebeu de fontes comuns a outros escritores. Entre suas influencias estão Flaubert, Maupassant, Mansfield, Proust, Chekhov, Wolfe e Dickens. Porem, creditava sua construção `a sua própria imaginação, um estado em que chegava depois de colocar para fora tudo o que tinha.<br />
<br />
<i>Meu método de ficção </i><i>é</i><i> igualmente imparcial: emocionalmente, faz-me perder o controle de escrever; tenho que exaurir a emoção antes de de sentir-me em estado clinico que me permita analisar bastante o estilo e planeja-lo e, quanto ao que me diz respeito, essa constitui uma das normas para se conseguir uma técnica verdadeira. Se minha técnica parece mais pessoal </i><i>é</i><i> porque depende da area mais pessoal e reveladora do artista: a alma."</i><br />
<i><br /></i>
Para Capote, o estilo é o espelho da sensibilidade do artista muito mais do que o conteúdo de sua obra. No entanto, a posse ou a construção desse estilo, não raro, é um desafio, podendo se tornar um estorvo, uma forca mais negativa do que positiva a restringir a forma ou adaptar o conteúdo `a forma. No fundo, apenas o estilo não faz de alguém um grande escritor.<br />
<br />
Seu processo criativo, no entanto, era bem peculiar. Sua primeira missão era escrever um rascunho em papel `a lápis. Depois, revia o rascunho e, a partir dele, rascunhava uma segunda versão também `a lápis, mas em papel amarelo, dessa vez. Com o segundo rascunho em mãos, costumava deitar-se na cama e, equilibrando sua maquina de escrever sobre os joelhos, datilografava um terceiro rascunho, dessa vez em um outro tipo mais especial de papel, também amarelo. Afirmava datilografar 100 palavras por minuto.<br />
<br />
<i>Sou um autor completamente horizontal. N</i><i>ã</i><i>o consigo pensar a menos que esteja deitado, na cama ou num sofa, com cigarros e cafe ao alcance da m</i><i>ã</i><i>o. Na medida em que a tarde avança, passo do cafe para chá de hortelã, de xerez para martinis. N</i><i>ã</i><i>o, n</i><i>ã</i><i>o uso maquina de escrever. Pelo menos no começo. </i><br />
<i><br /></i>
Com o terceiro rascunho datilografado e pronto, deixava-o de lado por alguns dias e retomava-lo em uma leitura a mais fria possível, de preferencia em voz alta. Testava o rascunho compartilhando com amigos próximos para colher algumas opiniões de pessoas confiáveis. Por fim, feitas as ultimas alterações, este último rascunho vira o texto definitivo novamente na maquina de escrever, dessa vez sobre papel branco.<br />
<br />
Segundo o autor, a historia nunca estava completamente pronta na cabeça ao início da escrita, ao contrário, via tudo de relance. Para ele, o desenrolar de uma historia, seu principio, meio e fim ocorria simultaneamente em sua cabeça e gostava das surpresas e reviravoltas com as quais se deparava ao escrever.<br />
<br />
<i>Graças a Deus, devido `as surpresas, aos volteios, a frase que surge, do nada, no momento exato, constitui os dividendos inesperados, aquele pequeno e deleitoso empurrão que faz com que o escritor prossiga.</i><br />
<br />
Sobre criticas, Capote aceitava as de pessoas próximas cuja opinião prezava. Se mantinha alheio `a critica literária, porem acompanhava as que eram positivas. Nunca se rebaixar respondendo a um critico era uma das muitas coisas que não se permitia fazer, talvez uma das mais sensatas entre tantas outras um tanto quanto curiosas.<br />
<br />
<i>Jamais telefono porque o numero de seus telefones multiplicados, formam algarismos que não dão sorte. Ou então não aceitarei um quarto de hotel por essa mesma razão. N</i><i>ã</i><i>o suporto a presença de rosas amarelas - o que é triste pois são as minhas favoritas. N</i><i>ã</i><i>o permito três guimbas de cigarro no mesmo cinzeiro. N</i><i>ã</i><i>o viajarei num avião em que haja duas freiras. N</i><i>ã</i><i>o começo nem termino nada numa sexta-feira. É infindável o numero de coisas que não posso fazer e que não fa</i><i>ç</i><i>o. </i><br />
<i><br /></i>
Capote faleceu em 1984 nos deixando dois romances inacabados. O primeiro, Answered Prayers - an unfinished story, fez parte de um contrato com a editora Random House, em 1966, no qual Capote comprometeu-se em escrever em dois anos, mas ate a sua morte ainda não havia sido finalizado. O livro foi finalmente publicado em 1986. O segundo, um romance sobre uma garota rica de Nova Iorque que se apaixona por um manobrista de estacionamento, foi descartado pelo autor em 1940. Um dos empregados da casa onde morava ficou com os papeis que, depois de sua morte, foram descobertos e publicados sob o titulo de Travessia de Verão, em 2005.<br />
<br />
Para os que não conhecem a bibliografia de Capote, recomendo os livro abaixo e que também assistam o filme lançado em 2005, estrado pelo excelente Philip Seymour Hoffman.<br />
<br />
20 Contos de Truman Capote - coletania do estilo que mais o desafiava, incluindo o conto Miriam, seu primeiro texto premiado - <a href="https://amzn.to/2EFuQGH">https://amzn.to/2EFuQGH</a><br />
<br />
A Sangue Frio - sua obra de referência cuja estrutura e estilo o catapultaram ao estrelato literário - <a href="https://amzn.to/2IPf9Pw">https://amzn.to/2IPf9Pw</a><br />
<br />
Bonequinha de Luxo - a vida da magnata ingênua Holly Golightly, interpretada no cinema por Audrey Hepburn - <a href="https://amzn.to/2qspYiQ">https://amzn.to/2qspYiQ</a><br />
<br />
Travessia de Verão - último livro publicado do autor, porem um dos primeiros romances por ele escritos - <a href="https://amzn.to/2GXimjm">https://amzn.to/2GXimjm</a></div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-19703624819292412962018-02-22T17:28:00.000-03:002018-02-22T17:35:05.115-03:00Faulkner e a ocupação de EscritorNeste post vamos falas sobre William Faulkner (1897 - 1962). Confesso uma ponta de orgulho para tratar desse autor de máxima envergadura literária, um dos pontos mais brilhantes da constelação de estrelas que paira sobre o Império das Letras.<br />
<br />
Comecemos pelo óbvio. Faulkner ganhou um Nobel de Literatura (1949), dois Pulitzer de Ficção (1955 e 1962) e dois National Book Awards (1951 e 1955). Com essas credenciais e já estabelecido como grande escritor, foi entrevistado em 1956 pela revista Paris Review sobre sua rotina na literatura, como concebia seus romances e personagens e o que poderia dizer a novos escritores.<br />
<br />
Faulkner era um sujeito tímido e introspectivo oriundo do Sul dos Estados Unidos e que preferia a companhia dos simples `a das rodas de literatos que um dia começou a frequentar. Se dizia um poeta fracassado, o que levou-o a escrever romances. Sua obra, apesar de muito elogiada pela critica, não teve tanto sucesso com o publico geral. No entanto, nunca deu importância `a critica.<br />
<br />
<i>A unica responsabilidade de um escritor é com a sua própria arte. O artista não tem tempo para dar ouvidos aos críticos. os que desejam ser escritores leem os críticos, os que querem escrever não os leem. O artista esta um furo acima do critico, pois o artista esta escrevendo algo que fara o critico funcionar. O critico esta escrevendo algo que afetara todo mundo, menos o artista.</i><br />
<i><br /></i>
Segundo o autor, a energia de um escritor deveria ser completamente direcionada `a escrita, levando a pratica `a perfeição. Não raro reescrevia completamente seus livros depois de escritos, levava-se ao extremo da técnica, sempre sabendo que poderia escrever melhor do que já havia escrito, tentando achar seu limite. Reescreveu seu grande romance Som e Fúria (1929) cinco vezes, cada uma abordando o olhar de um personagem sobre a mesma historia. O autor diz ter chegado `a versão definitiva apenas apos o livro já ter sido publicado.<br />
<br />
Sobre seu processo de criação, dizia "<i>O trovejar e a musica da prosa se processam no silencio. </i>E dava especial atenção a sua técnica, afirmando que "<i>Não havia atalhos". </i>Procurava criar personagens verossímeis em situaçoes tocantes e criveis, da maneira mais viva que fosse possível. Ao escritor, afirmava que deveria possuir três coisas: Experiência, Observação e Imaginação. Mas que possuindo duas dessas características, ou as vezes apenas uma, poderia suprir a falta das demais.<br />
<br />
Para ele, a maior qualidade que um artista deve possuir é a objetividade para julgar o seu trabalho, alem da honestidade e da coragem de não enganar a si próprio a respeito dele. Para Faulkner, escrever era tao importante e necessitava de tanta dedicação quanto qualquer outra profissão, seja de cirurgião ou pedreiro e dizia julgar seus trabalhos baseados na angustia e sofrimento que o causaram, já que nenhum deles atingiu os padrões que ele mesmo havia estabelecido.<br />
<br />
Um tanto quanto perfeccionista, Faulkner teve como grande incentivador Sherwood Anderson e escreveu utilizando a técnica de fluxo de consciência, inaugurada por Proust e utilizada também por James Joyce e Ezra Pound. Posteriormente essa técnica foi levada `a poesia pela <a href="http://imperiodasletras.blogspot.com/2012/05/contribuicao-dos-beatniks.html" target="_blank">Geração Beatnik</a> de Allen Ginsberg e Jack Kerouak. Dizia não sair de casa sem uma copia de Shakespeare num bolso e do Velho Testamento noutro e dizia não ler os seus contemporâneos, mas Charles Dickens, Flaubert, Balzac, Cervantes, os russos Dostoiévski e Tolstói, e, claro, Shakespeare. Este ultimo considerado a grande referencia, cuja obra superou seu próprio nome.<br />
<br />
<i>Se eu não tivesse existido, algum outro teria escrito meus livros: Hemingway, Dostoiévski, todos nos. A prova disso é que ha cerca de três candidatos para a autoria das pecas de Shakespeare. Mas o que é importante é Hamlet e Sonho de Uma Noite de Verão: não quem escreveu, mas o fato de alguém o ter feito. <b>O artista não tem importância. Só </b></i><i><b>é importante o que ele cria</b>, já que não existe nada de novo para ser dito. Shakespeare, Homero, Balzac, todos escreveram acerca das mesmas coisas e, se eles tivessem vivido mil ou dois mil anos, os editores não teriam, desde então, necessidade de mais ninguém.</i><br />
<i><br /></i>
Afirmava que não apenas cada livro deveria ter um propósito, mas que toda a soma do trabalho de um artista também deveria tê-lo. E, para finalizar, William Faulkner nos brinda com seu conselho aos aspirantes a escritores.<br />
<br />
<i>Sempre sonhe e aspire a mais do que aquilo que sabe que pode fazer. Procure sempre ser melhor do que você mesmo; não se preocupe com seus contemporâneos ou seus antecessores. (...) O que eu escrevo tem que agradar-me. Se não me agrada, falar sobre isso não o melhorara em nada. A unica coisa que fara melhorar o que escrevo é trabalhar ele um pouco mais. Não sou literato, sou apenas escritor.</i><br />
<i><br /></i>
A obra de Faulkner muitas vezes foi adaptada para o cinema e, recentemente, seu grande livro Som e Fúria (1929) foi adaptado pelo ator e diretor James Franco. Para conhecer mais a obra do autor, seguem abaixo algumas referências.<br />
<br />
Toda a Saga Yoknapatawpha:<br />
- Sartoris (1929) - <a href="http://amzn.to/2ojjLpf">http://amzn.to/2ojjLpf</a><br />
- Som e Fúria (1929) - <a href="http://amzn.to/2HF1RFF">http://amzn.to/2HF1RFF</a><br />
- Absalão, Absalão (1936) - <a href="http://amzn.to/2HD3sM7">http://amzn.to/2HD3sM7</a><br />
- Os Invictos (1938) - <a href="http://amzn.to/2EJUC1c">http://amzn.to/2EJUC1c</a><br />
- Desça, Moises (1942) - <a href="http://amzn.to/2EWChxg">http://amzn.to/2EWChxg</a><br />
- Requiem para uma Freira (1951) - inédito no Brasil<br />
<br />
E a Trilogia Snopes<br />
- O Povoado (1940) - <a href="http://amzn.to/2ojAbOz">http://amzn.to/2ojAbOz</a><br />
- A Cidade (1957) - <a href="http://amzn.to/2Fo6GT5">http://amzn.to/2Fo6GT5</a><br />
- A Mansão (1959) - <a href="http://amzn.to/2FmwGy1">http://amzn.to/2FmwGy1</a>Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-83295801787775081782018-02-19T20:00:00.004-03:002018-02-22T16:00:56.357-03:00Os 4 estágios da escrita<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Se existiu alguém que conviveu de perto com grandes escritores, seu nome é Malcolm Cowley. Ele foi editor da renomada Paris Review e coordenador de diversas edições com entrevistas e conversas com escritores do calibre de Hemingway, Faulkner, Ezra Pound e muitos outros.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Decantando todas as metodologias que levantara desse convívio, nosso amigo Cowley nos presenteou com esse resumo que ele chamou de 4 Estágios da Escrita. Vamos a eles:</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
1 - CONCEPÇÃO: O gérmen da história nasce<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"> de um flash, um momento a primeira vista sem importância que, de alguma forma, se instala no subconsciente. No momento em que reconhecemos esse flash, temos a sensação de que poderíamos escrever uma história sobre ele. Um momento fugaz, uma singeleza que nos capta atenção e se encasula em nossa mente.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
2 - INCUBAÇÃO: É o tempo do qual aquele flash precisa para se desenvolver, tempo de meditar sobre ele mesmo inconscientemente, um período gestatório em que nos distanciamos e voltamos ao tema durante outra atividades corriqueiras. Durante esse período, o escritor se pergunta quais as características dos personagens, como abordar o inicio da historia, como chegar ao seu clímax, como desenhar seu desfecho. É um processo ao mesmo tempo consciente e inconsciente como se um grito das profundezas do sono pudesse ter seu eco ouvido e revisto durante a vigília.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
3 - PRIMEIRO RASCUNHO: A primeira versão da história geralmente é escrita em alta velocidade, é o melhor jeito de escreve-la. Nesse momento não importa a forma, a grafia, a pontuação, tudo sai de forma espontânea, qualquer coisa vale! Alguns autores tem métodos mais sofisticados, conseguem uma versão quase completa já no primeiro rascunho, mas usualmente, o primeiro texto é um diamante bruto.</div>
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<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
4 - REVISÃO, REVISÃO, REVISÃO: Se há um consenso entre todos os escritores é sobre a importância da revisão. Alguns gastam pouco tempo, outros continuam revisando e escrevendo mesmo depois de o livro ser impresso. O trabalho de burilamento do texto é importante para celebrar a função de cada palavra e cada frase, ter certeza de que estão posicionadas de forma a gerar o resultado que o autor deseja.</div>
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<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E então? Preparado para colocar no papel suas inspirações?<br />
Não esqueça de compartilhar conosco. Esperamos ansiosos sua contribuição!</div>
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Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-72879638424215792232018-02-02T15:13:00.001-02:002018-02-19T16:29:03.638-03:00François Mauriac e o êxito em ser escritorFrançois Mauriac foi escritor, cronista, jornalista e poeta francês premiado com o Nobel de Literatura em 1952. Segundo Otto Maria Carpeaux "o maior representante do romance psicológico da tradição francesa". Segundo o próprio Mauriac: "um metafisico que trabalha com o concreto".<br />
<br />
Escreveu dez romances entre 1920 e 1932, entre os mais celebres estão <i>Le Baiser au Lepreux (1922), Genitrix (1923), Therese Desqueyroux (1927) e Le Noed de Viperes (1952) </i>e também sobre as vidas de Racine (1928) e Jesus (1936).<br />
<br />
Mauriac foi entrevistado para a revista The Paris Review onde compartilhou um pouco de sua técnica e sugestões para escrever romances e outras obras. Sua maior contribuição foi em relação a técnica, a qual legava a cada escritor a aventura de descobrir ou inventar a sua própria, e disse:<br />
<br />
<i>"Todo romancista deve inventar sua própria técnica (...). Cada romance digno de tal nome é como outro planeta, que seja grande ou pequeno, com suas próprias leis, assim como possui suam flora e sua fauna. Assim, a técnica de Faulkner é certamente melhor para pintar o mundo de Faulkner, sendo que o pesadelo de Kafka criou seus próprios mitos, que o tornam comunicável."</i><br />
<i><br /></i>
Assim, trata-se de o escritor criar ou descrever um universo próprio onde a ação de seu romance transcorre, seja ele próximo ou não da realidade como a conhecemos. O importante seria criar um estilo próprio, uma forma individual para contar a sua história, pois só o escritor pode saber o que e como tudo acontece, por isso recai sobre ele a responsabilidade de criar, executar e destruir conforme a história a ser contada.<br />
<br />
Como criador deste universo que existe em cada romance, a tentação de interferir diretamente nos destinos dos personagens é constante. Porém, o desenrolar natural da história deve ser considerado para dar-lhe certa legitimidade com a realidade, pelo menos o que se considera real no universo criado pelo autor. Mauriac escrevia espontaneamente ou, segundo ele "<i>com completa naiveté</i>" - deixando-se livre de qualquer ideia pré-concebida do que se pode ou não fazer.<br />
<br />
"Q<i>uando começo a escrever não me detenho a refletir se estou interferindo demais diretamente na historia, se sei demais a respeito de meus personagens e se deveria ou não julga-los.(...) Em geral, quando começo a escrever, nem todos os pontos importantes do enredo estão estabelecidos."</i><br />
<i><br /></i>
Mauriac aponta que experiencia de vida é fundamental para a escrita de qualidade. Observar os acontecimentos da própria vida com certa distancia faz com que o escritor tenha bagagem para utilizar em seus textos e dar a eles mais veracidade e credibilidade. De muitas formas, o autor é em parte o personagem, seja o protagonista ou o vilão, até mesmo um secundário que leva uma característica peculiar. Os ambientes, tendem a ser ambientes já conhecidos, consolidados na memoria. Essas "<i>lembranças do passado</i>" como se refere o autor, dão profundidade ao texto e levam o leitor a viver junto com o autor os sentimentos descritos. Por isso, Mauriac diz que o autor jovem, exceto poucas exceções, "<i>quase não tem possibilidades de escrever com exito a cerca de qualquer outro período de sua vida a não ser sua infância e adolescência</i>". Mas termina, do alto de sua experiência e gloria dizendo que todos os seus romances "<i>tem lugar no período de minha adolescência e juventude, são `lembranças de coisas passadas</i>".<br />
<br />
Sobre a escrita em si, Mauriac nos urge a sermos nos mesmos e nos darmos com afinco a nossa obra a ponto de tornar as demais e anteriores obsoletas, desnecessárias.<br />
<br />
<i>"O primeiro dever de um escritor é ser ele próprio. O esforço de auto-expressão deveria afetar sua maneira de expressão. Jamais comecei um romance sem que esperasse que ele tornaria todos os outros desnecessários. Minha obra-prima saria sempre o romance que estou trabalhando agora".</i><br />
<br />
Isso levaria ao grande êxito do escritor e a coisa mais rara na literatura: "<i>quando o autor desaparece e sua obra permanece."</i><br />
<i><br /></i>
Mauriac em sua prosa refinada, nos deixou grandes lições e romances.<br />
E para nosso deleite, uma das poucas obras traduzidas para o português do autor para que nunca esqueçamos de seu esforço tão bem recompensado.<br />
<br />
O Deserto do Amor - <a href="http://amzn.to/2GGP44Z">http://amzn.to/2GGP44Z</a><br />
<br />
<br />Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-78390510247038269202018-01-10T17:37:00.000-02:002018-01-10T17:37:48.687-02:00Cony nos deixaEsta semana perdemos um dos mais prolíficos e competentes escritores nacionais, Carlos Heitor Cony não nos faz mais companhia, mas nos deixa um legado de romances, cronicas e contos que ficaram indeléveis na memória deste Império das Letras.<br />
<br />
Nos idos de 1998, quando a própria Internet dava seus primeiros passos, Cony participou de um chat no UOL, coisa das mais inovadoras na época. Funcionava como uma roda de conversa, onde cada um postava sua pergunta e o convidado escolhia as que mais lhe interessavam para responder.<br />
<br />
Comparado ao dinamismo das trocas de mensagens atuais, o chat do UOL pode ser considerado já um dinossauro, porém Cony, em sua egrégia humildade, fez o melhor que pode para responder a quem lá esteve. Vários assuntos foram abordados como politica, religião, literatura e até setters irlandeses, sua raça de cães preferida. Mas, dentre os assuntos por ele abordados, pinçamos as respostas mais importantes para nós, iniciantes nas Letras. <br />
<br />
Perguntado sobre poesia, Cony responde:<br />
<br />
<i>"<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Num
panorama geral, </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">incluindo nacionais e estrangeiros, Machado de Assis, </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Sartre, Dostoiévski, Goethe, Dante, e os latinos, quase todos, poetas e </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">prosadores."</span></i><br />
<i><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></i>
<i><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">"</span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Aprendi a gostar dos </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">poetas latinos (Horácio e Ovídio, principalmente) o </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">que me levou a admirar os clássicos. Dante, Camões, Fernando Pessoa, </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Manuel Bandeira, Verlaine, estes estão entre os meus </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">preferidos."</span></i><br />
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Perguntado sobre a Paixão e ate que ponto suas narrativas são autobiográficas, eis sua resposta:<br />
<br />
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"><i>"Evidente que todas as paixões e quebrações de cara dos meus livros tiveram equivalências na minha vida pessoal. Acredito que a paixão é o câncer do amor, ou seja, explode desordenadamente dentro da gente e não controlada, provoca metástase que nos leva à destruição."</i></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span>
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-size: 15.36px;"><i>"No meu </i></span><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">primeiro livro, "O Ventre", o pai era um corno que termina louco de dor. </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">Em "Matéria de Memória", o pai é um vilão que </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">termina leproso e amaldiçoado pelos filhos. Em "Pessach: A Travessia", o </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">pai é um judeu covarde que se suicida com medo de </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">viver. Como vc pode notar, nenhum destes pais pode ser o meu. Em todo </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">caso, isso não significa que o pai de "Quase </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;">Memória" seja exatamente o meu."</span></i><br />
<i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;"><span style="background-color: white; font-family: -apple-system-font; font-size: 15.36px;"><br /></span></i>
<span style="color: #222222; font-family: -apple-system-font;"><span style="background-color: white;">E também falou sobre a melancolia de seus personagens:</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: -apple-system-font;"><span style="background-color: white; font-size: 15.36px;"><br /></span></span>
<i><span style="color: #222222; font-family: -apple-system-font;"><span style="background-color: white; font-size: 15.36px;">"...</span></span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">é muito comum os autores de </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">romances, novelas e teatro matarem seus personagens </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">principais, Considero isso uma solução fácil e banal. Por isso mesmo, </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">condeno meus personagens à melancolia que eu acho </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">muito mais humana e verdadeira do que a morte. É uma escolha pessoal </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">minha. Agora mesmo,ao terminar meu último </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">romance, tudo me levava a matá-lo. Ele era velho, doente, desencantado. </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Se eu o matasse, seria misericordioso demais. </span></i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;">Deixando-o viver, acredito que melhor retratei a sua solidão e a sua </i><i style="color: #222222; font-family: -apple-system-font, serif; font-size: 11.5pt;">tristeza."</i><br />
<br />
<span style="color: #222222; font-family: , serif;">Mais a frente, perguntado sobre que assuntos escrever que possam gerar interesse, Cony responde:</span><br />
<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"><i>"...há
uma frase muito citada de Tchecov: escreva sobre a tua aldeia e descreverás o mundo. (...) Encontre o seu espaço e entre firme no assunto."</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span></div>
E, finalmente, Cony é questionado sobre sua forma de motivar-se em um cenário em que pouco se lê. O que o incentiva a escrever tanto? Ao que ele responde:<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "-apple-system-font" , serif; font-size: 11.5pt; line-height: 107%;"></span></div>
<i>"...<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">escrever é um ato pessoal e </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">solitário. A gente escreve por uma necessidade interior </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">que independe do consumo. Passei 23 anos sem escrever e confesso que a </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">literatura não me fez falta. Agora, nunca penso no </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">leitor nem em ninguém quando estou fazendo um romance. No jornalismo, ao </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">contrário, o leitor sempre está presente de uma </span><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">forma ou outra naquilo que escrevo."</span></i><br />
<div>
<i><span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></i></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;">Sempre é triste perder uma voz t</span>ã<span style="color: #222222; font-family: , serif;">o ativa e delicada. Ainda bem que Cony nos deixa uma grande obra que pode ser sempre revisitada. Abaixo seguem alguns de seus trabalhos mais icônicos, para quem ainda não conhece e para aqueles que, na lembrança, possam matar a saudade. O autor nos deixa, fisicamente. Mas também nos deixa muito para que possamos nos deliciar.</span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">O Ventre - primeiro romance do autor, publicado em 1955 - </span><span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;"><a href="http://amzn.to/2qUmedI">http://amzn.to/2qUmedI</a></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif; font-size: 11.5pt;">Quase Memoria - Publicado em 1995 e ganhador do Premio Jabuti - </span><span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;"><a href="http://amzn.to/2CYNLjF">http://amzn.to/2CYNLjF</a></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;">Pilatos - publicado em 1973, uma critica satirizada da ditadura militar - <a href="http://amzn.to/2mingu6">http://amzn.to/2mingu6</a></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;"><span style="font-size: 15.3333px;">Romance sem Palavras - obra que rendeu ao autor outro Premio Jabuti, em 2000 - <a href="http://amzn.to/2FlN41r">http://amzn.to/2FlN41r</a></span></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #222222; font-family: , serif;">A Casa do Poeta Tragico - mais um romance a lhe render um Premio Jabuti - <a href="http://amzn.to/2FnOFDH">http://amzn.to/2FnOFDH</a></span></div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-36060639963472669232017-12-15T14:29:00.000-02:002018-02-26T22:10:11.975-03:00Dicas valiosas de uma ganhadora do PulitzerA escritora americana Jennifer Egan ganhou o premio Pulitzer na categoria ficção em 2011 pelo livro "<i>A Visita Cruel do Tempo</i>". Ela esta na lista de autores entrevistados por Meredith Maran, que inclui ainda outros grandes nomes como Isabel Allende, Mary Karr e Walter Mosley, entre outros, para o excelente livro <i>Why We Write</i> e nos brinda com algumas sugestões para autores iniciantes. Entre elas:<br />
<br />
- Leia ao nível que deseja escrever. A leitura é a nutrição que alimenta o tipo de escrita que você deseja criar. Se você gosta muito de Y, provavelmente sera difícil escrever sobre X.<br />
<br />
- Fazer exercícios é uma boa analogia para a escrita. Se você não esta acostumado a exercitar-se, você sempre da um jeito de evitar. Se esta acostumado, lhe parece estanho e desconfortável quando não se exercita. Não importa onde você esta em sua carreira, o mesmo vale para a escrita. Mesmo quinze minutos por dia o manterão no habito.<br />
<br />
- Você só poderá escrever regularmente se estiver disposto a escrever mal. Não é possível escrever regularmente bem. Você deve aceitar a escrita ruim como um aquecimento que o tornara apto a escrever bem.<br />
<br />
Em resumo, escreva sempre que puder, pelo tempo que puder. Com o habito, vamos nos tornando melhores.<br />
<br />
Para o livro premiado <i>A Visita Cruel do Tempo</i>, clique aqui <a href="http://amzn.to/2CAPx6u">http://amzn.to/2CAPx6u</a><br />
E para a excelente coletânea de entrevistas com grandes autores <i>Why We Write</i> por Meredith Maran (infelizmente ainda não disponível em Português), clique aqui <a href="http://amzn.to/2j4QTy0">http://amzn.to/2j4QTy0</a><br />
<br />Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-26803112364603383672017-12-11T15:32:00.000-02:002017-12-11T15:32:22.014-02:00Receitas de Umberto Eco para a escrita criativaQuando é a hora certa de começar a escrever? Em seu livro "Confissões de um jovem romancista" o grande filosofo e ensaísta italiano Umberto Eco nos brinda com inúmeras observações importantes para nós que estamos dando os primeiros passos no Império das Letras.<br />
<br />
Para ele, a motivação em escrever um romance pode ser nenhuma e que isso já é um motivo razoável. Basta querer e você pode ser um escritor. Para ele, essa vontade surgiu depois dos 65 anos, já um consolidado acadêmico mas que nunca havia escrito um texto "criativo". A própria definição de texto nessa ambivalência "criativo" versus "cientifico" não existe, segundo Eco. Para ele, não ha como negar a criatividade nos textos de Galileu, por exemplo, usado nas escolas da Italia exatamente como exemplos de criatividade.<br />
<br />
Seu primeiro romance, O Nome da Rosa, foi fustigado pela critica que, entre outras maliciosas afirmações, sugeriu que o livro so teve tamanho sucesso por ter sido feito por um computador. Eco, claro, tomou a pena mais uma vez e, em resposta a esse infeliz comentário, escreveu abaixo, com a ironia que lhe é peculiar, uma receita para o uso do computados para se escrever um best seller.<br />
<br />
<i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em primeiro lugar, claro, urge ter um computador, uma máquina inteligente que pensa por você – o que é uma clara vantagem para muita gente. Basta um programa de poucas linhas; até mesmo uma criança pode fazer isso. Então, alimente o computador com o conteúdo de uns cem romances, obras científicas, a Bíblia, o Corão e um monte de listas telefônicas (muito úteis para os nomes dos personagens). Digamos, algo em torno de 120 mil páginas. Depois disso, usando outro programa, você os randomiza; em outras palavras, combina todos os textos, fazendo alguns ajustes – por exemplo, eliminando todos os “e”s – de modo a não obter apenas um romance, mas um lipograma à George Perec. Então você clica</span></i><br />
<i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">em “Imprimir” e, já que pediu para eliminar todos os “e”s, o resultado será algo mais curto que 120 mil páginas. Depois de lê-las com cuidado várias vezes, sublinhando todas as passagens mais significativas, você as joga no incinerador. Então simplesmente se senta embaixo de uma árvore, com um pedaço de carvão e um papel de desenho de boa qualidade, e, deixando a mente divagar, escreve dois versos: “A lua está alta no céu/ O bosque sussurra”. Pode ser que não surja logo um romance, mas um haicai japonês. Entretanto, o importante é começar.</span></i><br />
<span style="font-family: "garamond" , serif;"><br /></span>
Não poderia ser mais claro. O importante é começar. Em algum momento aquele começo se fara desenrolar em um historia digna de ser contada e lida. Não tenha medo de dar o primeiro passo, ouvir sugestões e acatar somente aquelas que realmente ache relevantes.<br />
<br />
Para mais sobre Umberto Eco:<br />
<br />
Seu primeiro romance O Nome da Rosa - <a href="http://amzn.to/2Bc27eM">http://amzn.to/2Bc27eM</a><br />
E este que referencio Confissões de um Jovem Romancista - <a href="http://amzn.to/2kZ8ETM">http://amzn.to/2kZ8ETM</a>Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-56743037797919802212017-12-07T10:59:00.000-02:002017-12-07T10:59:02.819-02:00Novo dia do mesmoEsse silêncio natural<br />
de quem sabe o que faz<br />
a ilusão de controle<br />
o peito se debate inteiro<br />
e só sossega em devaneio<br />
com o frio que a noite traz<br />
<br />
Tua luz sumindo aos poucos<br />
teus olhos, teu pescoço<br />
toda tua tenra pele<br />
vira pó com a distância<br />
e eu, por pura ignorância,<br />
ainda torço que me leve<br />
<br />
E tu, tão bem postada<br />
tão feliz e bem amada<br />
não me lembro o que quis de mim<br />
Agora sofro de mão atadas<br />
convencido, não há mais nada<br />
que me desvie desse fim<br />
<br />
Me conformo, pois a vida<br />
pune com amor sincero<br />
as palavras que escrevo<br />
E, enfim, aprendo de saída<br />
que acima das coisas que quero<br />
estão as coisas que devoMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-45591103111531621232017-12-06T15:47:00.001-02:002017-12-06T15:47:03.575-02:00Antes da minha morteComo pode esse vazio entre tantas coisas a pensar<br />
Me parecem mais desvios<br />
tudo isso a me ocupar<br />
<br />
A premissa de ter ofusca o ser<br />
ou talvez, ao meu redor, ninguém tenha mais esse afã<br />
já estão todos sublimados, engoliram a maçã<br />
<br />
Acho tudo tão normal, monotonia me entedia<br />
é tanta coisa no meu dia que me pego volta e meia<br />
a me pensar em outro mundo, onde o que hoje me rodeia<br />
não seja mais que ócio, criativo, não o tédio, essa teia!<br />
<br />
Outro mundo onde a tinta, que rabisca nesse branco<br />
flua em total sintonia, com o que escuto pelos cantos<br />
pelos desterros da minha mente, essa bagunça sem primor<br />
e que tudo acabe em versos, vindos d`alma com amor<br />
<br />
Pois que entre tudo do meu dia, apenas isso ponho a parte<br />
como se fosse dispensável alguém de nós viver sem arte<br />
e eu mesmo vou me flagelando, empurrando para o lado<br />
algo meu, fundamental, e que devia ser falado<br />
<br />
E é com esforço, quase forçado, que me meto a escrever<br />
apenas para que a pressão interna possa se restabelecer<br />
São apenas balbucios, mas, diligente, ainda procuro<br />
um momento iluminado donde me saia algo de puro<br />
<br />
Até lá vomito incoerências, sou eu na carne<br />
rabiscando a confusão que fez casa no meu cerne<br />
Alguma hora algo palpita e, com sorte,<br />
encontro o que valha a pena ser dito antes da minha morteMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-83621948192921169222017-12-06T15:25:00.000-02:002017-12-06T15:25:04.756-02:00Quem publica no Brasil?O Império das Letras, em sua atribuição de incentivar novos autores e vozes ainda não ouvidas, publica abaixo seu primeiro censo. Um esclarecimento deve ser feito, antes de prosseguirmos: a pesquisa cujos dados serão apresentados abaixo são fruto de um estudo realizado com maestria pela Universidade de Brasilia (UNB) em 2015 e coordenado pela Doutora em Teoria Literária Dra. <span style="background-color: white; font-family: "merriweather"; font-size: 16px;">Regina Dalcastagnè</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "merriweather"; font-size: 16px;"> </span>com o objetivo de traçar os perfis de autores, personagens e enredos de romances publicados de autores nacionais. Logo, não é efetivamente um estudo patrocinado pelo Império das Letras, coisa que teríamos muito orgulho e satisfação em ter feito.<br />
<br />
Sem mais delongas, vamos `as descobertas.<br />
<br />
Quem é o autor brasileiro publicado?<br />
<br />
É um homem! 70%-30%<br />
É um homem branco! 90% (publicou-se mais negros durante a Ditadura Militar do que após a Redemocratização!)<br />
<br />
Sobre o que escreve?<br />
Escreve predominantemente sobre homens heterossexuais, mas também sobre mulheres, contemporâneos (pós-1985) de classe média (60%) no contexto de uma grande cidade (86%).<br />
<br />
Apesar de cruelmente restrita, a produção literária do Brasil é plural e rica de vozes diferentes e dissonantes do que vem sendo publicado. O Império das Letras se imbui de um papel de criador de relevância dessas vozes inauditas, contribuindo para a representação da diversidade e, no fim, para que o retrato do escritor brasileiro seja mais fiel a sua face real.<br />
<br />
Para gráficos detalhados da pesquisa, acessem o Metropoles, aqui:<br />
https://www.metropoles.com/entretenimento/literatura/pesquisa-da-unb-perfil-do-escritor-brasileiro-nao-muda-desde-1965/amp<br />
<br />
E aqui para o texto publicado pela Dra. <span style="background-color: white; font-family: "merriweather"; font-size: 16px;">Regina Dalcastagnè: </span><span style="font-family: "merriweather";">https://docs.wixstatic.com/ugd/d35737_86153db12c474ea6b059742881576ea5.pdf</span><br />
<br />
<br />Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-63433662501175982112017-12-04T10:56:00.001-02:002017-12-04T10:56:11.083-02:00Carta de Scott Fitzgerald a um jovem escritorO Império das Letras tem como missão incentivar novos autores a escrever e todos aqueles que já escrevem, mas que não se consideram autores, a tirarem suas histórias da gaveta.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Sabemos que os primeiros passos nas searas deste Império são duras, cruéis e inseguras. Por isso, sempre que podemos, publicamos sugestões, dicas e experiências de autores já consagrados que possam orientar os novos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Foi isso o que fez F. Scott Fitzgerald, autor de clássicos como O Grande Gatsby e O Curioso Caso de Benjamin Button, em 1938, quando recebeu por correio um conto de Frances Turnbull, seu amigo há muito distante, que lhe pedia uma opinião sobre a qualidade do escrito. Fitzgerald, além de responder-lhe com sinceridade sobre o texto, lhe escreveu linhas as mais inspiradas sobre o início da profissão, as quais reproduzo abaixo:</div>
<div>
<br /></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>9 de Novembro, 1938</i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Querida Frances:<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Eu li a história com carinho e, Frances, receio que o preço de
fazer um trabalho profissional é bem maior do que você está preparada para
apresentar. <b>Você tem que vender seu coração, suas reações mais fortes, não as
pequenas coisas que só te tocam levemente</b>, as experiências que você está
disposta a contar no jantar. <b>Isso é especialmente verdadeiro quando você começa
a escrever</b>, quando você ainda não desenvolveu os truques de pessoas
interessantes no papel, quando você não tem a técnica que leva tempo para
aprender. Em suma, quando você só tem as emoções para vender.<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Todos os escritores passam por isso. Foi preciso que Dickens
colocasse em Oliver Twist o seu ressentimento passional de abuso e fome que o
assombrou por toda a infância. As primeiras histórias de Ernest Hemingway
mergulharam no fundo de tudo o que ele sentira e conhecera. Em, “Este lado do
paraíso”, eu falo sobre um amor que ainda sangrava como a ferida na pele de um
hemofílico.<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>O amador, vendo como o profissional que já aprendeu tudo sobre a
escrita pode transformar algo trivial como reações superficiais de três garotas
comuns e transformá-las em algo sagaz e charmoso – o amador acha que ele ou ela
pode fazer o mesmo . Mas <b>o amador pode apenas transferir suas emoções para
outra pessoa num expediente desesperado e radical como derramas sua primeira
história de amor trágico do seu coração e o colocar nas páginas para o mundo
ver.</b><o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i><b>Este é, de qualquer maneira, o preço da entrada.</b> Quando você
estiver preparado para pagar, ou quando ele coincidir ou conflitar com sua
opinião sobre o que é “bom” cabe a você decidir. Mas, literatura, mesmo
literatura leve, não aceitará menos de um neófito. É uma dessas profissões que
exige “trabalho”. Você não estaria interessada em um soldado que é só um pouco
corajoso.<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>À luz destes fatos, não me parece válido analisar porque esta
história não é vendável, mas eu gosto demais de você para não levá-la a sério,
como pessoas da minha idade o fariam. Se você um dia decidir contar histórias,
ninguém estaria mais interessado que<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Seu velho amigo,<o:p></o:p></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>F. Scott Fitzgerald<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>P.S. Eu devo dizer que a escrita é suave e agradável e algumas
páginas são bem aptas e envolventes. Você tem talento — o que é o
equivalente a um soldado ter as qualificações físicas adequadas para entrar em
West Point.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="background: white; box-sizing: inherit; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Você estaria preparado para uma crítica assim?<br />
<br />
A carta foi publicada em Uma Vida em Cartas, ainda inédito em Português mas disponível aqui: <a href="http://amzn.to/2ifG2Rr">http://amzn.to/2ifG2Rr</a><br />
<br />
Para os clássicos de F. Scott Fitzgerald:<br />
- O Grande Gatsby - <a href="http://amzn.to/2jKrPMI">http://amzn.to/2jKrPMI</a><br />
- O Curioso Caso de Benjamin Button - <a href="http://amzn.to/2AtjPHV">http://amzn.to/2AtjPHV</a><br />
- Este Lado do Paraíso - <a href="http://amzn.to/2jLS7xX">http://amzn.to/2jLS7xX</a><br />
- Suave é a Noite - <a href="http://amzn.to/2AsBgZ1">http://amzn.to/2AsBgZ1</a><br />
<br />
F. Scott Fitzgerald fez parte da chamada "Geração Perdida" de escritores americanos que migraram para Paris para escrever e usufruir da vida boêmia que a cidade-luz oferecia. Ficou rico e famoso, mas perdeu toda a fortuna tendo morrido sem nenhum dinheiro, com sua mulher internada num manicômio. Deixou uma filha, Frances Scott Fitzgerald, jornalista e também escritora.</div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-1521789233095434692017-12-02T18:35:00.001-02:002017-12-04T15:04:36.355-02:00Uma rede entre Aristóteles e ZizekNão é fácil navegar pelo Império das Letras sozinho. Ele é vasto e profícuo em atalhos, bifurcações e becos sem saída.<br />
<div>
<div>
<br /></div>
<div>
Por isso, uma boa cartografia faz-se necessária para a boa orientação. Com isso em mente, pesquisadores da Universidade da Califórnia desenvolveram um portal de navegação pela filosofia. Trata-se de uma catalogação de todos os filósofos, apresentada de maneira fácil de se observar as ligações e influências entre eles. Uma ferramenta genial para quem deseja dar seus primeiros passos na seara filosófica, tão importantes como base da seara literária que procuramos incentivar em nosso Império.</div>
<div>
</div>
<div>
A rede pode ser encontrada aqui - <a href="https://kumu.io/GOliveira/philosophers-web#philosophers">https://kumu.io/GOliveira/philosophers-web#philosophers</a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
E para quem deseja se aventurar e conhecer os caminhos iniciais da filosofia, alguns volumes podem ajudar.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O Mundo de Sofia - um brilhante romance de Jostein Gaartner que nos narra as peripécias de Sofia Amundsen pela historia da filosofia - <a href="http://amzn.to/2iaDS5B">http://amzn.to/2iaDS5B</a></div>
<div>
Filosofia: os autores, as obras - traz um balanco didático das abordagens dos filósofos mais influentes - <a href="http://amzn.to/2i8Wfrv">http://amzn.to/2i8Wfrv</a></div>
</div>
<div>
Historia da Filosofia Ocidental - um compendio fundamental escrito por Bertrand Russel acerca dos pensadores mais discutidos da história divididos em três volumes - <a href="http://amzn.to/2jEBzbb">http://amzn.to/2jEBzbb</a></div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-36606193497044736852017-12-02T17:45:00.002-02:002022-09-13T15:56:34.908-03:00A primeira romancista brasileira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-3RGrOItznv8/WiL-uwf7yKI/AAAAAAAADik/3YSqxLvWmoIH9Igox8kzJmOWGazuo92ZQCLcBGAs/s1600/maria%2Bfirmina.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a> Excelentíssima Senhora Dona Maria Firmina dos Reis.<br /></div>
Assim foi anunciada a autora do romance <i>Ursula</i> em 1860 nas páginas do jornal A Moderação, de São Luis, Maranhão.<br />
<br />
Pelos predicados poderíamos pensar que a tal excelentíssima senhora tratava-se de uma mulher nobre, esposa de um senhor de engenho, talvez. Mas não. Dona Maria Firmina era negra, filha de mãe branca e pai negro, autodidata, professora e abolicionista. Seu romance <i>Ursula</i> versa sobre a questão abolicionista quase trinta anos antes de sua efetivação pela Lei Áurea.<br />
<br />
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-gCiiLqp0n3c/WiMCrVuXWsI/AAAAAAAADiw/A8rzr0sMXvQy1UwXm5zQwS6LZG_-oJQdwCLcBGAs/s1600/Ursula6.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="200" src="https://2.bp.blogspot.com/-gCiiLqp0n3c/WiMCrVuXWsI/AAAAAAAADiw/A8rzr0sMXvQy1UwXm5zQwS6LZG_-oJQdwCLcBGAs/s200/Ursula6.jpg" width="132" /></a>Começou a ter contato com a literatura ainda moça sob os auspícios de uma tia de melhores condições financeiras e outros parentes, como Sotero dos Reis, tio e famoso gramático da época. Suas obra, no entanto, não ficou circunscrita ao romance. Além de <i>Ursula</i> (1859), publicou também o romance <i>Gupeva</i> (1862/1862), diversos poemas em vários jornais da época e um livro de poesias <i>Cantos `a Beira Mar</i> (1871) e compos diversas musicas, inclusive uma para a <i>Valsa</i> de Gonçalves Dias. Em 1887 publica seu conto A Escrava, uma critica aberta ao regime escravistas, posição que manteve e teve tanto destaque a ponto de compor um Hino `a Libertação dos Escravos, em 1888.<br />
<br />
Uma excelente referencia sobre a escrita de Maria Firmina encontra-se no excelente <i>A Escrita de Maria Firmina dos Reis na Literatura Afrodescendente Brasileira</i>,<b> </b>(<u><span style="color: blue;"><a href="http://amzn.to/2khyFx2">http://amzn.to/2khyFx2</a></span></u>) de Algemira de Macedo, Doutora em Letras da PUCRS.<br />
<br />
Para os novos e futuros autores que estão dando seus primeiros passos nas estradas desse Império das Letras, vale a pena conhecer os primeiros passos do romance no Brasil através da obra da Excelentíssima Senhora Dona Maria Firmina dos Reis.Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-2457800074742749392017-11-28T12:14:00.003-02:002017-11-28T14:26:12.496-02:00A coragem criativa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-aJU2WZNitMU/Wh2HNdNBJmI/AAAAAAAADiM/ZIyZ4VIk1VkEloWefsOG9I6W8YQaIwazACLcBGAs/s1600/Caravaggio-jeromeBorghese.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="791" data-original-width="1091" height="232" src="https://4.bp.blogspot.com/-aJU2WZNitMU/Wh2HNdNBJmI/AAAAAAAADiM/ZIyZ4VIk1VkEloWefsOG9I6W8YQaIwazACLcBGAs/s320/Caravaggio-jeromeBorghese.jpg" title="São Jeronimo - Michelangelo Caravaggio" width="320" /></a></div>
Uma das muitas ansiedades daqueles engajados em um trabalho criativo é a originalidade. Nos perguntamos: será que o que estou fazendo já foi feito? Tudo o que deveria ser escrito já o foi antes de mim? Que abordagem posso ter para que o que tenho a dizer seja interessante e único?<br />
<br />
Diferente do que muitos pensam, o trabalho criativo não se resume a um estado contemplativo onde se espera a queda incondicional de uma inspiração ou um momento Eureka! Muito ao contrário, o trabalho criativo dá-se em meio ao caos. A confusão de influências, ideias, experiências e dúvidas que se embaralham de tal forma que, não raro, torna-se hercúlea a tarefa de criar algo realmente relevante. E é nesse turbilhão em que se encontra a tal inspiração, ou melhor, um fio solto que, quando puxado, por vezes encontramos uma história que valha a pena ser contada.<br />
<br />
Já que, portanto, esse trabalho inclui a navegação sem GPS dentro de nossas influências e referências, trazer algo que já foi escrito ou uma forma de se expressar que já foi usada é totalmente válido. Aliás, o grande trabalho criativo inicia-se com a análise de tudo o que se possa analisar do que já foi escrito ou dito sobre o tema abordado. Saber o ponto onde se encontra a discussão é o pontapé inicial para ter sobre ela a sua própria abordagem.<br />
<br />
Oliver Sacks em seu ensaio "O Eu Criativo", publicado na coletânea "<a href="http://amzn.to/2k7KiXk" target="_blank"><span style="color: blue;"><b>O Rio da Consciência</b></span></a>" aponta que muitos escritores, sejam eles literários ou científicos, escolhem não dar aquele salto de criatividade, aquilo que Schopenhauer aponta como a diferença entre o talento e a genialidade, preferindo permanecer no ápice do domínio da arte, ao invés de aventurar-se em busca de uma expressão realmente única. No livro, Sacks se pergunta "Por que dentre as centenas de alunos do Instituto Julliard de música ou tantos cientistas brilhantes sob os auspícios de excelentes professores, apenas alguns poucos comporão sinfonias memoráveis ou farão descobertas de maior importância? Sera que `a maioria, apesar de seus dons, ainda lhes falta alguma centelha criativa maior? Será que lhes faltam alguma característica além da criatividade que seja essencial para a realização criativa - como ousadia, auto-confiança, independência de pensamento?"<br />
<br />
Dessa forma, não se preocupe se achar que lendo Saramago, você se veja propenso a uma prosa sem pontuação. Ou tendo lido Kerouac, esteja dando muitas voltas e digressões em vez de ater-se puramente a argumentação ou até mesmo aquele excesso descritivo que veio, com certeza, da leitura de Victor Hugo. É fato que nos influenciamos, não podemos negar isso. Então, que tenhamos a coragem de fazer dessa influência algo novo, algo que deixe orgulhosos aqueles que nos influenciaram, sem nos preocuparmos com as críticas, pois elas virão e pode ser que os críticos não entendam de primeira nossa proposta e que, só com o tempo, possamos realmente ser reconhecidos.<br />
<br />
<br />Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-41641781987854548722017-11-27T15:28:00.001-02:002017-12-04T15:05:56.033-02:00Queda LivreQuanta confusão<br />
um turbilhão e tudo acontecendo<br />
nos calores da emoção<br />
percebo o mundo se movendo<br />
<br />
E, de repente, o vazio<br />
o silêncio que invade tudo<br />
no fundo do peito aquele frio<br />
cala sob sangue um grito agudo<br />
<br />
Querendo e não querendo<br />
mover-se é se manter parado<br />
com a língua já ardendo<br />
se convencendo de estar erradoMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-83281277219641089572017-11-21T19:58:00.003-02:002017-12-04T15:06:12.959-02:00Minha pequenezDos teus olhos tiro a ternura<br />
nos teus braços, proteção<br />
me encontro da procura<br />
que me aperta o coração<br />
<br />
Dos teus lábios, teu sorriso<br />
mesmo raro, hoje em dia<br />
ele é meu combustível<br />
a gerar tua alegria<br />
<br />
Em ti há algo inexplicável<br />
que me arrebata como um transe<br />
já lutei, mas implacável<br />
é a natureza do romance<br />
<br />
Vejo em ti minha pequenez<br />
o quanto tenho a evoluir<br />
e ao teu beijo, quando em vez<br />
sinto alma e corpo se fundir<br />
<br />
E vejo a minha natureza<br />
o mal e o bem que trago em mim<br />
me curo em tua beleza<br />
quero ser teu trampolim<br />
<br />
Ver-te voar em salto ornamental<br />
é o que me foi escrito<br />
e abraçando essa vontade universal<br />
me restauro o peito aflitoMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-61534812981232411282017-11-21T16:58:00.001-02:002017-11-21T17:31:18.660-02:00E se Hemingway te desse algumas dicas?<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Em 1934, o aspirante a escritor Arnold Samuelson deixou a pacata Minnesota, nos EUA, e pegou carona até Key West para encontrar-se com o, na época, já aclamado escritor Ernest Hemingway. Samuelson recusou-se a pagar os U$ 5,00 de seu diploma em jornalismo e pegou a estrada acreditando que seria mais proveitoso para sua carreira literária estar com um grande escritor.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Sua viagem foi proveitosa e se frutificou no livro "</span></span><a href="http://amzn.to/2iCY6FP" target="_blank">With Hemingway - a year in Key West and Cuba</a><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">". No livro durante um ano entre os EUA e Cuba, ainda inédito no Brasil, Samuelson conta como foram seus dias e seu aprendizado ao lado do escritor</span></span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: inherit; font-size: 14px;">.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="color: #1d2129; font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Hemingway, por fim, presenteou Samuelson com uma lista de 10 livros imprescindíveis para quem deseja ser um escritor de qualidade. Abaixo segue a lista e a imagem do papel onde o próprio Hemingway anotou, como um presente para Samuelson.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<a href="http://amzn.to/2hJ9QFE" target="_blank"><span style="color: blue;">The Blue Hotel</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Stephen Crane (ainda inédito no Brasil)</span><br />
<div>
<a href="http://amzn.to/2hJ9QFE" target="_blank"><span style="color: blue;">The Open Boat</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Stephen Crane (ainda inédito no Brasil)</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2zb7iau" target="_blank"><span style="color: blue;">Madame Bovary</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Gustave Flaubert</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2z9l5hH" target="_blank"><span style="color: blue;">Dublinenses</span></a><span style="color: #1d2129;"> - James Joyce</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2zXQp6v" target="_blank"><span style="color: blue;">O Vermelho e o Negro</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Stendhal</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2zVRCM1" target="_blank"><span style="color: blue;">Servidão Humana</span></a><span style="color: #1d2129;"> - W. Somerset Maugham</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2B8KVUC" target="_blank"><span style="color: blue;">Anna Karenina</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Leon Tolstoi</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2iE6ncy" target="_blank"><span style="color: blue;">Guerra e Paz</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Leon Tosltoi</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2zq8iMo" target="_blank"><span style="color: blue;">Os Buddenbrook</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Thomas Mann</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2zawtdj" target="_blank"><span style="color: blue;">Hail and Farewell</span></a><span style="color: #1d2129;"> - George Moore (ainda inédito no Brasil)</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2BbzN9m" target="_blank"><span style="color: blue;">Irmãos Karamazov</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Dostoiévski</span></div>
<div>
<span style="color: blue;"><a href="http://amzn.to/2zXnLCY" target="_blank">O Livro de Versos Ingleses de Oxford</a> </span><span style="color: #1d2129;">(ainda inédito no Brasil)</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2B8Nzd0" target="_blank"><span style="color: blue;">The Enormous Room</span></a><span style="color: #1d2129;"> - E. E. Cummings (ainda inédito no Brasil)</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2iBN2sA" target="_blank"><span style="color: blue;">Morro dos Ventos Uivantes</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Emily Bronte</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2iDEfWM" target="_blank"><span style="color: blue;">Longe e Há Muito Tempo</span></a><span style="color: #1d2129;"> - W. H. Hudson</span></div>
<div>
<a href="http://amzn.to/2hQn1s6" target="_blank"><span style="color: blue;">The American</span></a><span style="color: #1d2129;"> - Henry James (ainda inédito no Brasil)</span></div>
</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129;">Além desses, Hemingway indica também, fora da lista mas durante as conversas com Samuelson, </span><a href="http://amzn.to/2z8w5fx" target="_blank"><span style="color: blue;">As Aventuras de Huckleberry Finn</span></a><span style="color: #1d2129;">, de Mark Twain.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Preparado para pegar carona também nessas dicas de Hemingway?</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129;">Para se iniciar no próprio Hemingway, recomendo "</span><a href="http://amzn.to/2iDAFfy" target="_blank"><span style="color: blue;">O Velho e o Mar</span></a><span style="color: #1d2129;">" e "</span><a href="http://amzn.to/2z8VSnL" target="_blank"><span style="color: blue;">Por Quem os Sinos Dobram</span></a><span style="color: #1d2129;">".</span></div>
</div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-87662574136548055682017-11-09T20:03:00.000-02:002017-11-09T20:04:36.292-02:00Império em ExpansãoQueridos quinze seguidores,<br />
<div>
chegou a hora de modernizar o Império. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Este endereço serviu ao seu proposito e continuará aqui, porem não será mais capital do Império das Letras. Aqui permanecerão as ruínas para nos lembrar de onde viemos e por que caminhos percorremos.</div>
<div>
</div>
<div>
A nova capital do Império das Letras se encontra agora modernizada, planejada e com outro propósito: o de se tornar cosmopolita. Lá, novos textos próprios e de novos autores serão bem-vindos e, com esse afluxo de culturas, espero transformar o lugar em um ponto de referencia para os iniciantes que querem dar seus primeiros passos em direção a publicação e também aqueles que desejam incentivar a produção desses novos autores.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Então convido a todos a seguirem, a partir de hoje, o endereço</div>
<div>
<br /></div>
<div>
https://www.facebook.com/imperiodasletras/</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ate la.</div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-32215976758122684612015-09-05T21:38:00.000-03:002015-09-05T21:38:02.471-03:00De madrugadaNo inverno, teu abraço frio<br />
durante a madrugada morro e crio<br />
sofro sem papel à mão<br />
Não me interrompo, absorvo<br />
a luz, a visão, o sopro<br />
me eleva a alma à inspiração<br />
<br />
Rimo solto, conjugo inusitado<br />
mil palavras de mil significados<br />
com as quais sublevaria meu leitor<br />
conclusões, epifanias<br />
uma licidez que tanto abrandaria<br />
meu peito e de tantos ao meu redor<br />
<br />
Mas eis que inadvertidamente<br />
invariavelmente<br />
desperto e volto a ser eu<br />
nem uma simples pista<br />
sequer lembrança da conquista<br />
da compreensão que a madrugada me rendeuMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-44808348576969339912015-09-04T16:20:00.004-03:002015-09-04T16:22:34.066-03:00Não me abandone (Ne me quittes pas - Jacques Brel)<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="margin-left: 36pt; text-indent: -36pt;">
<span lang="PT-BR">Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Você deve esquecer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Tudo se pode esquecer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Tudo o que passou<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Esqueça o tempo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">de desentendimentos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">O tempo perdido, tentando entender<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Esqueça os momentos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Que mataram `a força da razão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A felicidade <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">em nosso coração <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone,
Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Te ofertarei<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Perolas de chuva<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Vindas dos lugares <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">onde nunca chove<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Escavarei a terra, até que eu pereça<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Para cobrir teu corpo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">De ouro e de beleza<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Fundarei um império<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Onde o amor será Lei<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Onde o amor será Rei<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">E você, Princesa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone, Não me abandone , Não me abandone,
Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Eu te direi tolices que vais entender<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">E te contarei <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">sobre o casal de amantes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A sentir mais de uma vez<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Os corações flamejantes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Contarei a historia deste Rei<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Morto por não poder<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">te ter como era antes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone, Não me abandone , Não me abandone,
Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Mas não poucas vezes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Vemos o fogo explodir <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">de um antigo vulcão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">que críamos inativo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">E da terra em brasa surgir<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">O mais puro trigo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Como na melhor estação<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">E quando a noite chegar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Por um céu em chamas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">O vermelho e o negro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não se esposam jamais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone, Não me abandone , Não me abandone,
Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não mais vou chorar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Não mais vou falar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Me esconderei<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A te observar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Dançar e sorrir<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">E a te escutar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A cantar e depois rir<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Deixe me tornar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A sombra da tua sombra<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">A sombra da sua mão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="PT-BR">Bicho de estimação<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 36pt; text-indent: -36pt;">
<span lang="PT-BR">Não me abandone, Não me abandone , Não me abandone, Não me abandone <o:p></o:p></span></div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-56818169227235842382013-03-21T22:04:00.000-03:002013-03-21T22:04:47.131-03:00Da Natureza das Coisas<br />
<div class="p1">
<span class="s1">o sol queima doloroso</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">como um tição a marcar o dorso</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">da rés que rumina o verde pasto</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">e não somos todos reses</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">nesse mundo vil e vasto?</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">a noite traz com a lua fria</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">a palavra de uma promessa vazia</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">cravando no peito a verdade absoluta</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">é da natureza das coisas </span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">que o vinho se transforme em cicuta?</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">essa marcha incessante</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">a passos firmes para um horizonte</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">que nos conclama à felicidade</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">sob uma chuva de insatisfações</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">será ilusão essa nossa verdade?</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">paro, fecho o guarda-chuva</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">e me molho e sob a visão turva</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">me vejo fundido à pastosa vida</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">entrelaçado por rancores, </span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">buscando amores sob o pus das feridas</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">no chão, água e sangue são um só</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">enquanto me desfaço no pó</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">das cinzas de alguém que um dia fui</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">é da natureza das coisas</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">que seja o pó o mal do mundo, se conclui</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">e é dessa mistura louca</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">de sangue, pó e outra coisa pouca</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">que um dia fomos nós moldados</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">mas é da natureza das coisas</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">que todos os erros sejam reparados</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">o tanto mal que ainda nos resta</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">e que escorre de nós por cada fresta</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">levará séculos a ser redimido</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">pois é da natureza do tempo</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">fazer com que os desvios sejam corrigidos</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">o sol imortal então nos dará a certeza</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">pois é da sua natureza: </span>o fogo tudo renova</div>
<div class="p1">
queima até que diminua</div>
<div class="p1">
<span class="s1">o mal que se esconde, sorrateiro, </span>no lado escuro de nós</div>
<div class="p1">
no lado escuro da lua</div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-10829517222583722982013-03-12T00:18:00.003-03:002013-03-12T00:18:58.592-03:00Essa RaçaTodo escritor é solitário<br />
não por opção mas por hábito<br />
uma fome de palavras e significado<br />
é por isso que faz tudo com zelo<br />
superando cada doce apelo<br />
que vem lhe distrair enquanto concentrado<br />
<br />
Todo escritor é meio louco<br />
e berra com a caneta para não ficar rouco<br />
o que prova também não ser burro<br />
é por isso que escuta conselhos<br />
e mesmo se esquivando de espelhos<br />
rima seus reflexos espatifados a murro<br />
<br />
Todo escritor é meio santo<br />
procurando abraços e acalanto<br />
enquanto fritam seus neurônios<br />
é por isso que em vez de crescer<br />
deixam a barba por fazer<br />
e se disfarçam de demônios<br />
<br />
Todo escritor fala mesmo ao vento<br />
sem se importar se há ouvido atento<br />
sua experiência não é tátil<br />
é metafísica, extemporânea<br />
e por isso ao organizar sua coletânea<br />
o que procura mesmo é uma alma fértil<br />
<br />
Todo escritor é uma bagunça<br />
uma pia a suportar um mês de louça<br />
imagine quanto fedor<br />
é por isso que quando faz sua faxina<br />
se organiza em prosa e rima<br />
depois convida o mundo a ser leitorMinervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-63623096923663218612012-10-19T00:37:00.001-03:002012-10-22T11:54:41.973-02:00MesmosMesmo se o céu, mesmo se o mar<br />
Mesmo se um dia tudo mudar<br />
Mesmo se a noite nunca acabar<br />
Mesmo se o sol parar de brilhar<br />
Mesmo se a distância nos separar<br />
E o olho secar e o peito apertar<br />
Mesmo que a vida me force a lutar<br />
Mesmo se a lua não iluminar<br />
E pelas ruas eu continuar<br />
E sentado na esquina eu tiver que esperar<br />
E durante as festas eu me maltratar<br />
Mesmo se palavras eu não encontrar<br />
E mesmo se a música parar de tocar<br />
Mesmo se a lembrança se embaralhar<br />
Mesmo se o mundo parar de girar<br />
Mesmo que as ondas tentem me afogar<br />
Mesmo se a mistura nunca funcionar<br />
Se a cadeira quebrar e a corda arrebentar<br />
Mesmo que não tenha quem me consolar<br />
Ou um copo gelado a me confortar<br />
Mesmo sem colo onde repousar<br />
Mesmo se tudo me condenar<br />
Mesmo se a chuva parar de molhar<br />
Ou se em fogo eu me incinerar<br />
Mesmo se um dia eu esquecer seu olhar<br />
Mesmo se nunca mais voltar<br />
Jogado num canto escuro do bar<br />
Ou ajoelhado na nave a orar<br />
Mesmo que já não sobre lugar<br />
Mesmo que eu tenha que me apertar<br />
Mesmo se a brisa parar de soprar<br />
E o sétimo inferno vier me buscar<br />
Se o paraíso me rechassar<br />
Se meu mais caro amigo me abandonar<br />
Mesmo se um dia eu sofrer sem chorar<br />
Ou mesmo viver sem ninguém magoar<br />
Mesmo se tudo ficar como está<br />
Mesmo se o afeto não impressionar<br />
Se no fundo já esteja farto de esperar<br />
Não se engane, querida, não vou descansar<br />
Enquanto em meus braços não te embalar<br />
E de olhos fechados me ouvir sussurrar<br />
O quanto de amor eu lhe tenho para dar.Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6909510.post-20150752998994352962012-09-19T09:13:00.000-03:002012-09-19T09:13:02.959-03:00Quando o dia raiarQuando o dia raiar, não terás mais tormento<br />
<div>
Não terá mais sentido o lamento</div>
<div>
o sussurro que me chega do fim</div>
<div>
Não abrigarás sentimento</div>
<div>
que julgas ora bom ora ruim</div>
<div>
Quando o dia raiar, o sol trará grito e aplauso</div>
<div>
abraço entremeado de riso</div>
<div>
corpos entregues ao mesmo movimento</div>
<div>
Lembra que a noite passou num instante</div>
<div>
e que, exausta, de peito arfante</div>
<div>
ainda via a beleza daquele momento</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quando o dia raiar te esqueças da dúvida</div>
<div>
a se concentre na dádiva</div>
<div>
o bem que faz amarmos assim</div>
<div>
E quem sabe outra hora, em outro ambiente</div>
<div>
num dia que te encontres contente</div>
<div>
por receber o tanto de amor que flui de mim</div>
<div>
possa enfim libertar o sorriso, espontaneamente</div>
<div>
esse lindo sorriso que sob corrente</div>
<div>
você guarda fundo dentro de si</div>
<div>
Nesse dia, o sol nascerá a pino</div>
<div>
e de longe se escutará o sino</div>
<div>
solitário anunciando o fim do fim</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quando o dia raiar, terás tudo e de peito leve</div>
<div>
e aquilo que tem sido lindo e breve</div>
<div>
fará parte do todo que és tu por completo</div>
<div>
permanecerá na memória, indelével</div>
<div>
resistindo com energia invejável</div>
<div>
como a imagem de nós refletida no teto</div>
<div>
Corro o risco então da loucura</div>
<div>
de mãos dadas num dia e noutro à procura</div>
<div>
das tuas palavras que me dão sustento</div>
<div>
do teu beijo que me percorre lento</div>
<div>
e dissipa a mais profunda amargura</div>
<div>
Da nossa sintonia pura que é meu alimento</div>
<div>
sobrevivo de ti com toda fartura</div>
<div>
enquanto estiver no teu pensamento</div>
Minervinihttp://www.blogger.com/profile/06071706498255398245noreply@blogger.com0