De que adiantam esses passos firmes se o coração sibila a cada batimento? Treme o peito ao acrodar de manhã estapeado pelo solque nos impõe realidade.
O suspiro e o olhar baixo. As mãos às têmporas apenas tentam esconder o que, lá no fundo de mim, fervilha e enlouquece. Ah, que vontade de destruir. De desconstruir, de reler minha própria história de trás pra frente.
Haja coragem para sacrificar essa persona que não cabe mais à face. Retirá-la é assinar um atertado de loucura, é assumir a condição marginal, vesti-me de mim mesmo e aceitar os dedos em riste à minha direção. Ah, os olhares estupefatos que virão. Arregalados todos ao se perceberem engessados e solitários. E eu, deixando a crisálida, bato forte as asas para algures. Não mais temente ao sol, não mais preso ao chão, mas refém de minha própria liberdade.
Coragem para impor a mim mesmo essa escolha. Pois bravo é o guerreiro que larga as armas quando não vê mais sentido na guerra.Bravo é o guerreiro cuja luta trava dentro de si. Cuja vitória e sobre a própria consciência. E cua apoteose é solitária e interna.
E assim continuo repetindo esse mantra, essas palavras valorosas no intuito de que elas me inspirem a coragem necessária, pois quando olhamos o precipício, ele também olha no fundo de nós.
Vencer o medo é a própria motriz do progresso. Empurro-me hoje na direção contrária à prosperidade, mas quero acelerar minha alma na direção desse progresso.
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