17 de março de 2011

Poesia 12

Canto meu coração neste poema
e não sem dor contraio a palma
papel picado, o risco e o destrato
enquanto me maltrato, reciclo minha alma

Simulo um belo conceito
e o escondo em palavras sem jeito
onde foi parar o sujeito
tão bom nas coisas da alma?

Seguro do mal neste escafandro
mergulho ereto na fenda abissal
Tateando como um cristo, cego e braços abertos
procurando as flores entre sarça e coral

De lá trarei o caule da ficção
dos poemas e versos que me escorrem com calma
E se todo esforço for vão
e as mudas não vingam e morrem
Poderei descer novamente
seguro ao escuro
onde mora minha alma