5 de setembro de 2015

De madrugada

No inverno, teu abraço frio
durante a madrugada morro e crio
sofro sem papel à mão
Não me interrompo, absorvo
a luz, a visão, o sopro
me eleva a alma à inspiração

Rimo solto, conjugo inusitado
mil palavras de mil significados
com as quais sublevaria meu leitor
conclusões, epifanias
uma licidez que tanto abrandaria
meu peito e de tantos ao meu redor

Mas eis que inadvertidamente
invariavelmente
desperto e volto a ser eu
nem uma simples pista
sequer lembrança da conquista
da compreensão que a madrugada me rendeu

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