O tempo hesita, desiste de correr
Afrouxa a corda tensa
A câmera é lenta para que as horas sejam plenas de sua presença
Teus cílios longos dão o corte
Edita lento, suave movimento de luz e sombra
Vida e morte
Sou platéia, o primeiro da fila
a contemplar cada lenta década dos teus passos
E me levanto aplaudindo, a cada despedida
nossos olhares trocados num abraço
O que lês quando não és forçado determina o que serás quando não tiveres escolha. - Oscar Wilde.
27 de abril de 2010
Progresso e prosperidade
De que adiantam esses passos firmes se o coração sibila a cada batimento? Treme o peito ao acrodar de manhã estapeado pelo solque nos impõe realidade.
O suspiro e o olhar baixo. As mãos às têmporas apenas tentam esconder o que, lá no fundo de mim, fervilha e enlouquece. Ah, que vontade de destruir. De desconstruir, de reler minha própria história de trás pra frente.
Haja coragem para sacrificar essa persona que não cabe mais à face. Retirá-la é assinar um atertado de loucura, é assumir a condição marginal, vesti-me de mim mesmo e aceitar os dedos em riste à minha direção. Ah, os olhares estupefatos que virão. Arregalados todos ao se perceberem engessados e solitários. E eu, deixando a crisálida, bato forte as asas para algures. Não mais temente ao sol, não mais preso ao chão, mas refém de minha própria liberdade.
Coragem para impor a mim mesmo essa escolha. Pois bravo é o guerreiro que larga as armas quando não vê mais sentido na guerra.Bravo é o guerreiro cuja luta trava dentro de si. Cuja vitória e sobre a própria consciência. E cua apoteose é solitária e interna.
E assim continuo repetindo esse mantra, essas palavras valorosas no intuito de que elas me inspirem a coragem necessária, pois quando olhamos o precipício, ele também olha no fundo de nós.
Vencer o medo é a própria motriz do progresso. Empurro-me hoje na direção contrária à prosperidade, mas quero acelerar minha alma na direção desse progresso.
O suspiro e o olhar baixo. As mãos às têmporas apenas tentam esconder o que, lá no fundo de mim, fervilha e enlouquece. Ah, que vontade de destruir. De desconstruir, de reler minha própria história de trás pra frente.
Haja coragem para sacrificar essa persona que não cabe mais à face. Retirá-la é assinar um atertado de loucura, é assumir a condição marginal, vesti-me de mim mesmo e aceitar os dedos em riste à minha direção. Ah, os olhares estupefatos que virão. Arregalados todos ao se perceberem engessados e solitários. E eu, deixando a crisálida, bato forte as asas para algures. Não mais temente ao sol, não mais preso ao chão, mas refém de minha própria liberdade.
Coragem para impor a mim mesmo essa escolha. Pois bravo é o guerreiro que larga as armas quando não vê mais sentido na guerra.Bravo é o guerreiro cuja luta trava dentro de si. Cuja vitória e sobre a própria consciência. E cua apoteose é solitária e interna.
E assim continuo repetindo esse mantra, essas palavras valorosas no intuito de que elas me inspirem a coragem necessária, pois quando olhamos o precipício, ele também olha no fundo de nós.
Vencer o medo é a própria motriz do progresso. Empurro-me hoje na direção contrária à prosperidade, mas quero acelerar minha alma na direção desse progresso.
Cada escolha pressupõe uma perda
A cada momento que nos deparamos com a difícil tarefa de abrir mão de alguma coisa em prol de outra nosso pobre coração vacila. E é exatamente essa característica que nos diferencia dos outros seres vivos que nos causa mais sofrimento. A nossa consciência treinada pelo tempo a acumular e ter, se contorce toda vez que nos é imposta uma decisão. Evitamos a escolha na medida em que a decisão pressupõe uma perda. E o peso da perda nos angustia e assombra.
Curioso que exatamente essa nossa função (ou ilusão, como alguns preferem) é ao mesmo tempo nossa cruz e nossa redenção. A mesma consciência que nos estimula ao racional, ao cartesiano, a concreto, também nos impõe a projeção, a possibilidade, o abstrato. Somos os únicos na Terra que precisam justificar suas escolhas e aceitar suas consequencias. As opções nos torturam. Não há sofrimento na rosa cuja missão é perfumar nosso jardim. O peixe não sofre em sua submissa entrega ao anzol. Não ha angústia nas árvores ao produzirem suas sobras e frutos. Qual a nossa missão?
Por outro lado, precisamos a todo momento achar algo superior ou mais importante que justifique nossas escolhas e nos amenize o sofrimento causado pelas perdas que elas pressupõem. Nesse quesito, cada um tem para si critérios específicos. Mas para todos pesa a responsabilidade inerente a cada mudança de curso e, dessa forma, pode-se escolher a a semeadura, mas a colheita é obrigatória. Talvez seja esse mais um motivo que nos afaste delas. A vida sempre é mais simples sem elas. Se podemos ter tudo, o que há para sofrer?
Nossa conscência, então, nos empurra no caminho inverso e sofremos pela impossibilidade, por nossa peuliar pequenez. Queremos abraçar o mundo, mas somos formigas abraçando sequóias. E a consciência dessa pequenez nos dói e, mais uma vez, nos empurra na direção oposta.
Hoje ainda mais, diante de tantas opções, decidir é perder cada vez mais. Neste exato momento, pensem a infinidade de coisas perddas enquanto você lê este texto. Espero ter valido à pena.
Curioso que exatamente essa nossa função (ou ilusão, como alguns preferem) é ao mesmo tempo nossa cruz e nossa redenção. A mesma consciência que nos estimula ao racional, ao cartesiano, a concreto, também nos impõe a projeção, a possibilidade, o abstrato. Somos os únicos na Terra que precisam justificar suas escolhas e aceitar suas consequencias. As opções nos torturam. Não há sofrimento na rosa cuja missão é perfumar nosso jardim. O peixe não sofre em sua submissa entrega ao anzol. Não ha angústia nas árvores ao produzirem suas sobras e frutos. Qual a nossa missão?
Por outro lado, precisamos a todo momento achar algo superior ou mais importante que justifique nossas escolhas e nos amenize o sofrimento causado pelas perdas que elas pressupõem. Nesse quesito, cada um tem para si critérios específicos. Mas para todos pesa a responsabilidade inerente a cada mudança de curso e, dessa forma, pode-se escolher a a semeadura, mas a colheita é obrigatória. Talvez seja esse mais um motivo que nos afaste delas. A vida sempre é mais simples sem elas. Se podemos ter tudo, o que há para sofrer?
Nossa conscência, então, nos empurra no caminho inverso e sofremos pela impossibilidade, por nossa peuliar pequenez. Queremos abraçar o mundo, mas somos formigas abraçando sequóias. E a consciência dessa pequenez nos dói e, mais uma vez, nos empurra na direção oposta.
Hoje ainda mais, diante de tantas opções, decidir é perder cada vez mais. Neste exato momento, pensem a infinidade de coisas perddas enquanto você lê este texto. Espero ter valido à pena.
Assinar:
Postagens (Atom)