Amanhecer sobre as dunas, anoitecer na praia. Flanar por Paris.
Ler um livro sob uma palmeira.
Sentir o vento no rosto.
Banho de chuva.
Deixar o pé molhar na água do rio.
Pitanga do pé e lambida de cachorro.
Abraço de mãe, de filho e de amigo.
Primeiro beijo.
Último pedaço.
Andar de mão dada.
Barulho de chuva. Cheiro de terra molhada.
Quando uma música diz o que você sempre quis dizer.
Flerte.
Chopp com amigos sem hora para acabar.
Andar descalço.
Acordar com beijo.
Pular muro. Jogar bola no asfalto.
Marcar um golaço. Defender um pênalti.
Fechar um negócio. Lançar um produto.
Dar presente. Botar a mesa.
Uma guitarra aguda. Um solo de violino.
A introdução da sua música preferida.
Ouvi-la de olhos fechados.
Risada de criança.
Ver seu time campeão no estádio.
Rodinha em show de metaleiro.
Ouvir declarações de amizade de seu amigo bêbado.
Cozinhar. Cheiro de refogado.
Jogar buraco bebendo vinho.
Sair do aeroporto numa cidade desconhecida.
Fazer amigos.
Escutas estórias.
Mudar de idéia. Ser genuinamente convencido.
Lua cheia. Lua minguante.
Identificar constelações.
Lareira e frio. Rimar.
Escrever uma carta a mão. Receber a resposta também a mão.
Picolé de uva. Ejetar do balanço.
Receber um elogio sincero. Abraço apertado.
Chorar de alegria.
Ler no ônibus.
Ouvir música no engarrafamento.
Brigadeiro.
Tirar a gravata.
Você entendeu o que eu quis dizer.
Esses são meus votos a você para o ano de 2012.
O que lês quando não és forçado determina o que serás quando não tiveres escolha. - Oscar Wilde.
30 de dezembro de 2011
6 de dezembro de 2011
Sopa de passas
Na beira do prato, arrisca-se a mosca
Já sentia no ar o calor. O gosto, imaginava.
Sabia somente que hoje era sopa.
A aba era larga e mesmo em seis patas
suspirava de dor
a mosca, arriscada, a barriga roncava
ansiosa que estava para sentir-lhe o sabor
Seus olhos brilhavam e o nariz palpitante
adivinhava os temperos boiando ali
curcuma, cebola, coentro e passas,
um toque de trufas, seria trés chic
E a mosca abusava da sorte e do dono
que não despertara ainda do sono
na beira da sopa planejou o pulo
Zumbiu de emoção e deu o mergulho
Nadou sobre o caldo, feliz e contente
e afundou-se no meio da piscina escaldante
submersa entre arroz comeu quanto quis
deixando essa vida contente e feliz
mas agora, tarde demais, foi-se a mosca ao céu das moscas
ser precisar bater asas, afundou-se sem pressa
fantasiando-se passa, no fundo do prato, no fundo da boca
na boca do estômago do dono da sopa
Já sentia no ar o calor. O gosto, imaginava.
Sabia somente que hoje era sopa.
A aba era larga e mesmo em seis patas
suspirava de dor
a mosca, arriscada, a barriga roncava
ansiosa que estava para sentir-lhe o sabor
Seus olhos brilhavam e o nariz palpitante
adivinhava os temperos boiando ali
curcuma, cebola, coentro e passas,
um toque de trufas, seria trés chic
E a mosca abusava da sorte e do dono
que não despertara ainda do sono
na beira da sopa planejou o pulo
Zumbiu de emoção e deu o mergulho
Nadou sobre o caldo, feliz e contente
e afundou-se no meio da piscina escaldante
submersa entre arroz comeu quanto quis
deixando essa vida contente e feliz
mas agora, tarde demais, foi-se a mosca ao céu das moscas
ser precisar bater asas, afundou-se sem pressa
fantasiando-se passa, no fundo do prato, no fundo da boca
na boca do estômago do dono da sopa
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