18 de maio de 2011

A experiência de voar

Recentemente vi uma entrevista de um americano que atentava para a maravilha de voar. Ele apontava a grandiosidade de colocar um avião de toneladas de peso no ar e mante-lo seguramente lá durante todo o percurso, seja ele curto como uma ponte-aérea, seja longo como Rio-Hong Kong.


Concordei com ele na hora. É impressionante como a genialidade humana desafia as leis naturais e, para o bem do progresso, diminui as distancias amentando as velocidades valendo-se de se próprio intelecto. Por esse prisma, preocupar-se com o assento curto que mal cabem as pernas, as refeições de isopor e a falta de conforto nas classes mais comuns, perde todo o sentido. Palmas a esse americano ufanista.

Realmente a experiência de voar é quase magica. E é ela que compensa toda a complicação de se garantir um lugar dentro do vôo. Não há estresse maior do que a fila de check-in em uma grande cidade brasileira. A desorganização é geral. As empresas se esforçam e colocam à disposição opções pelo celular e pela internet, porém nenhum deles parece evitar esse fenômeno brasileiro chamado fila.

Se voce chega no aeroporto e ainda não comprou seu bilhete, enfrenta fila no balcão e no guichê. Se você já comprou seu bilhete, fica na fila do guichê. Se você já se adantou e fez o check-in pela internet ou pelo telefone, fica na fila de qualquer maneira daquela maquininha que emite o bilhete.

Isso só para garantir se lugar. Depois é fila pra ter a bagagem examinada pelo raio x, fila para embarcar, fila para desembarcar, fila para pegar a bagagem.

Eu queria saber onde esta a genialidade humana nessas horas. Se o homem consegue fazer voar uma estrutura de mais de vinte toneladas durante horas e horas, porque diabos não consegue fazer as filas desaparecerem? Ou pelo menos evitar que elas aconteçam.

Talvez o grande trunfo das empresas aéreas, o que encombre sua incompetência generalizada no atendimento a seus clientes antes do vôo, seja essa magia incompreendida da qual se valem na comunicação do seu serviço. No final, a experiência metafísica de voar acaba nos fazendo esquecer a estressante experiência de estar no solo dependendo delas para chega onde precisa. Pelo menos até o próximo embarque.

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