Rio, 25 de Julho de 2012, 23:59
De: Fabio de 2012
Para: Fabio de 2022
Fala, cara. Tudo bem?
Estou aqui no último minuto dos nossos 33 anos e me lembrei de você.
Espero que tudo esteja bem e que as escolhas que fiz tenham sido proveitosas para você aí no futuro. É pelo que eu sinceramente torço uma vez que fazê-las hoje me custaram mais dos poucos cabelos que tu sabes tão bem quanto eu como são raros, se é que aí daqui a 10 anos ainda restam.
Aqui, com 33 para 34 anos, acho que já vivi metade de nossa vida. Deixo aqui então um apelo para que tente tão arduamente viver bem a metade final quanto eu venho tentando viver a inicial. Você vai ver que não será fácil, mas acho que você consegue, uma vez que já será mais vivido que eu, mais experiente e mais preparado para todas as preocupações que eu deixei aí para você.
Tenho certeza que agora vem a metade mais complicada da nossa vida. A primeira foi moleza, teve a infância que consumiu boa parte dela e, da juventude, deixo para você belas lembranças que deverão ser o combustível e o equilíbrio que você vai precisar nos momentos mais difíceis que certamente virão. E quando vierem, lembre-se das pitombas, das pitangas e da cana-de-açúcar lá em Vila Valqueire. De catar a bola com nojo de dentro do rio no Grajaú, da manga atirada pelo primo que abriu o lábio e sangramos feio pela primeira vez. Das tardes sobre as pedras em Guarapari e das madrugadas sobre as dunas de Cabo Frio. Daquela noite no Bairro Peixoto. Daquela tarde que estabeleceria os quinze anos seguintes ou daquele momento que parou no tempo em que soube a importância da diferença entre um e dois traços azuis num pedaço de plástico.
Tomara que ainda estejam aí contigo nosso pai e nossa mãe pois foi por causa deles que tudo isso aconteceu. Sem o amor deles nem eu nem você poderíamos estar agora nos correspondendo. E se acaso não estejam, estarão certamente em lugar melhor do que eu e você estamos. Mas nunca os deixe fora da sua vida como eu muitas vezes fiz por imaturidade, orgulho e essa necessidade urgente de liberdade que, sabes bem, acalentamos no fundo do peito e tatuei no alto das costas.
E que vontade de saber como anda a nossa filha aí no futuro. Quatorze anos. Em breve debutará. O que ela quer de presente? Uma viagem? Dançar contigo a valsa como dançou tantas vezes comigo nos quatro anos que vivemos juntos? Dê dois beijos nela, um por mim e outro por ti aí no futuro e não descanse no cuidado, na atenção e no carinho dedicado a ela pois foi o que fiz até hoje. Não tenho dúvidas que está sendo bem cuidada pois, se tudo continuar como está hoje, não lhe faltará amor de quem quer que seja.
Deixei para ti uma dúzia de bons amigos em quem você pode confiar. Não deixe eles de lado e dedique-se a eles como eles se dedicaram a mim durante esses 33 para 34 anos. Dê-lhes a sua atenção e compartilhe com eles seus problemas, beba umas com eles de vez em quando. Confia em mim, a conta do bar é mais barata que a da terapia.
Tenha paciência, mais paciência com as coisas do que tive eu até hoje. Escute nossa intuição. Não sei de onde ela vem e, se descobrir, não a largue de mão. E, principalmente, não se violente. Saiba onde estão os limites que tanto ralei para descobrir. Não gostaria de saber que você aí do futuro ainda desrespeita as fronteiras que com tanto esforço lutei para estabelecer.
E, por fim, aproveito para te fazer um pedido. Perdoa. Perdoa todos aqueles de quem trago mágoas e não fui forte o suficiente para perdoar. Mas principalmente, perdoa a ti mesmo, ou a mim, já que a maioria dos erros cometidos em nossa vida fui eu quem os cometi. Então, perdoa a mim e estará perdoando a ti mesmo. E com o perdão desses erros você estará livre para tentar acertar um pouco mais.
Uma pena você não poder daí do futuro me mandar uma mensagem para o passado e aplacar a ansiedade que tenho de confirmação ou não do bom ou mau trabalho que fiz até hoje.
Espero que esteja bem, saudável e feliz.
Um abraço.
Fabio
O que lês quando não és forçado determina o que serás quando não tiveres escolha. - Oscar Wilde.
31 de julho de 2012
19 de julho de 2012
Minha Lua
O inverno chegou e era para sentirmos frio.
No entanto, o vento, as nuvens e as trovoadas que me
cercam não conseguem arrefecer o calor que sinto em minha própria estação.
Apesar de lá fora chover, aqui é Solstício de Verão e seu eterno dia.
Apenas minha Lua me faz falta e me concedo o direito de
chorar por ela como choram os lobos no frio das estepes, apertando meu coração
sob meus próprios caninos.
Minha Lua, minha Lua, que tenho visto com frequencia tão
bissexta mas cuja presença invisível paira sempre sobre meu céu, mesmo quase
transparente ali ela está, e que se enche nas longas noites desse inverno.
Minha Lua que me abraça a cada encontro com sua luz cálida e morna, diastólica.
Meu peito relaxa no abraço e volta a comprimir-se na despedida. Minha
Lua, minha Lua, que desde então controla a vazante de meus olhos e o preia-mar
das minhas alegrias. Que mingua num sorriso puro e se renova a cada ciclo,
comigo, comigo.
Quantas estrelinhas em seu céu! Conto contigo cada
uma e nenhuma foge. Há mágica e distância, fé e ignorância, bênção. Queria eu
voltar a não saber. Não saber que é inverno lá fora e eu deveria estar com
frio. Não saber desses quilômetros que nos afastam, desses anos-luz que meu
beijo leva para chegar até você enquanto em segundos molho novamente meu rosto
de saudade.
O inverno chegou e não me pegou desprevenido. Aqueço-me
sob o cobertor da consciência tranquila, tendo o suficiente de lenha e fé no
futuro. Chova o quanto chover, guio minha nau na tempestade que for, tendo minha
Lua como Norte, vento nas costas e olhos de águia. Hasteio minha bandeira no
frio desse inverno, nesse mar escuro e revolto, para que aos quatro ventos se
diga que o homem forte não cai e, se acaso do chão se aproxima, é apenas para
tomar novo impulso em direção a sua Lua.
O inverno chegou e isso é bom. Sinal de que as flores
desabrocharão e quente será já o primeiro dia do Verão. Me recomendo,então, à
magnânima força que guia minha Lua para que minha estação se mantenha quando
ele chegar.
13 de julho de 2012
Contos Corporativos - O Analista Sonhador
Já
passava da hora do café quando o assunto que motivou a reunião chegou ao fim,
mas antes que todos se levantassem Arlindo trouxe um novo assunto, não era
exatamente um assunto novo, mas poderia ter esperado uma outra reunião, afinal,
já passava da hora do café.
-
Godofredo, dirigiu-se Arlindo ao chefe geral na cabeceira da grande mesa,
precisamos achar alguém então para a vaga, lembra?
-
Godofredo que fora pego a meio movimento de levantar-se, sentou-se novamente e,
suspirando descafeinadamente, respondeu - Qual a sua sugestão?
- Pensei
no Gumercindo - apontando com dedo rijo o analista.
- O
Gumercindo? Mas o Gumercindo é um errante contumaz - sentenciou Godofredo
mirando o próprio como se esperasse dele uma defesa, mas sabendo da quantidade
de níveis hierárquicos que os separavam, Gumercindo só se permitiu uma resposta
quando Arlindo, seu chefe, cutucou-o com o olhar, apressando a resposta.
- O
Godofredo tem razão, Arlindo. Sou mesmo um errante contumaz. Mas também fui até
hoje um acertante frequente. Não posso me comprometer a acertar sempre se isso
for exigido como competência essencial para a vaga, mas posso dizer que vou
morrer tentando. Algumas vezes os erros que cometi no passado evitarão que eu
os repita na nova posição, o que faz com que o fato de ser um errante passe a
contar a meu favor, mas devido às enormes exigências por inovação pela qual
sofre a empresa atualmente e como nem eu nem ninguém pode prever o sucesso ou o
fracasso de uma ação, os erros, sem dúvida, acontecerão sendo eu ou qualquer
outro a ser empossado na vaga. Se precisarem de alguém que tente e erre
querendo muito acertar podem contar comigo pois minha trajetória na empresa
mostra que não tenho medo de tentar nem de mudar o que precisa ser mudado na
tentativa.
Um
silêncio solene pairou sobre a mesa de reunião quando Gumercindo calou-se e foi
quebrado apenas quando Godofredo, em dúvida, retorquiu.
- Belo
discurso, mas sério, quem a gente coloca na vaga?
5 de julho de 2012
Contos Corporativos - I - Chaves de Fenda
Apresentando o primeiro da série Contos
Corporativos.
I - Chaves de Fenda
- Da
China!? - exclamou sua pergunta Adalberto, o gerente tributário.
- Exatamente.
É de lá que tudo vem hoje. Tá vendo essa caneta? É de lá, tá vendo? - mostrou
Simão sacudindo-a no ar - É a mesma fábrica dessa caneca aí na sua mesa. E, se
der mole, até a cueca que você está vestindo é de lá.
- Minha
cueca é Calvin Klein.
- Então! É tailandesa. É tudo a mesma coisa.
A
conversa cessou quando Godofredo entrou na sala de reunião. Havia um clima
pesado no ar. As vendas que deveriam estar acima da média estavam abaixo por
algum sórdido motivo que ninguém poderia saber. Exceto os clientes, talvez. Com
o ar grave que a situação merecia, Godofredo, o gerente geral, deu início à
reunião após os litúrgicos dez minutos de atraso.
- Amigos,
estamos aqui para discutir soluções para aumentar as vendas. Alguém tem alguma
sugestão?
Como não
haviam sido informados do assunto da reunião, ninguém se manifestou. Quando a
sobrancelha esquerda de Godofredo elevou-se tremulante, sinal de esgotamento de
sua paciência, Adalberto tomou a palavra.
- Olha,
o Simão aqui - olhando para o colega ao lado - havia sugerido que importássemos
uns brindes da China para presentear os clientes.
Simão
que havia sido convocado por um descuido da secretária ao digitar o nome da
gerente de distribuição Simara, que encontrava-se em licença maternidade,
endireitou-se na cadeira e prendeu a respiração, enquanto Adalberto continuava.
- Ele
disse que até a sua cueca, Godofredo, deve ter sido fabricada na China. Afinal,
a gente sabe que tudo vem de lá. Dessa caneta - disse apontando a caneta de
Simão à mesa - até a roupa íntima de todo mundo aqui.
- Como
você sabe a procedência de nossas roupas íntimas? - indagou Godofredo agora com
as duas sobrancelhas arqueadas.
- Não é
bem assim - tentou consertar Simão, engolindo seco - Eu estava comentando com o
Adalberto que hoje tudo vem de lá e tal. E já que tudo vem de lá e é tudo meio
vagabundinho...menos a sua roupa íntima, claro, essa é de ótima qualidade...a gente
podia premiar os clientes que compram mais, os mais fiéis e tal.
- Temos
clientes fiéis? - perguntou sem olhar para o Gerente de Informações,
Relacionamento, Inteligência e Noções Orientadas (G.I.R.I.N.O) ao
que ele respondeu prontamente.
- Certamente,
Sr. Godofredo. E muitos. Só não sabemos quantos nem quem são, nem onde se
encontram. Mas segundo uma pesquisa recente onde perguntamos aos clientes sobre
sua fidelidade, quase cem por cento se disse fiel aos nossos produtos, o que
nos dá uma margem de erro de zero ponto sessenta e três por cento de chance de
agradá-los com brindes vagabundinhos.
A
proposta começava a ganhar envergadura e quando uma proposta agrada o gerente
geral ela deixa de ser órfã e acontece uma pouco solene disputa por sua
paternidade.
- Inclusive
- disse o gerente de marketing - nossos concorrentes nunca fizeram isso. Eu
mesmo já havia sondado as agências de publicidade que os atendem
sobre...sobre...sobre essa coisa de China e tudo o mais e eles disseram que
nunca ninguém comprou nada de lá. Isso nos dá uma vantagem competitiva -
completou com o jargão padrão para que todos esquecessem as baboseiras que
havia dito e concordassem bovinamente, intenção de todos os diplomados em propaganda.
O
gerente de vendas, então o dono do problema, não teve dúvidas - Vamos trazer
essas bugingangas então. Simão, quanto custa?
- Bom,
pelo que ouvi falar depende do item, da quantidade e das especificações. Mas se
estiverem todos de acordo eu posso sondar o fornecedor e...
- Calma
aí!! - interrompeu o coordenador de Aquisição de Itens Corporativos Secundários
- pode deixar que a minha área concentra as competências necessárias para esse
tipo de negociação estratégica. Estamos acostumados a lidar com os chineses e
sabemos que sua cultura não aceita diversos cacoetes negociais pelos quais
leigos despreparados costumam se deixar levar.
Godofredo
parecia satisfeito e levantou-se, mas não sem antes vaticinar como um oráculo
em tom ao mesmo tempo desafiador e motivante.
- Se
esses itens não estiverem aqui em duas semanas estão todos vocês na rua. E o
primeiro da lista é o Simão que deu a idéia.
Era um
líder nato.
Então,
em uma semana, empurrados por um Simão em desespero, cada um atuou em sua
especialidade. A G.I.R.I.N.O conduziu uma pesquisa online com dezessete
clientes que aprovaram as cores os formatos e o preço. A G.I.R.I.N.O, porém,
não garantia o sucesso da ação, uma vez que a campanha de comunicação,
responsabilidade do gerente de marketing, ainda não havia sido finalizada pela
agência de publicidade contratada, afinal a agência não estava acostumada a
trabalhar com prazos tão curtos e a quantidade de peças encomendadas era
enorme, desde outdoors, busdoors, taxidoors e os famosos wooblers que, por mais
que explicassem, ninguém do próprio departamento sabia direito para o que
servia, sabiam apenas que eram estratégicos.
Enfim a
campanha chegou, mas o marketing não garantia o sucesso da ação, uma vez que o
fato de serem produtos chineses era uma novidade e ninguém poderia prever a
reação dos clientes tão acostumados que estavam com o excelente produto que a
empresa lhes oferecia. Um fato a dar mais mistério à livre queda que
experimentavam as vendas.
Aprovados
os conceitos de comunicação e produto, o coordenador de Aquisição de Itens Corporativos Secundários entrou em contato com o consulado chinês, que o pôs em
contato com a câmara de comércio, que os pôs em contato com a associação de
produtores chineses do item escolhido, mas era a associação errada e perderam
alguns dias até descobrirem o que significava aquele misterioso ideagrama
vermelho no alto da folha de apresentação.
Por fim,
acharam um fornecedor e marcaram uma reunião. Simão não foi avisado, mas por
acaso esbarrou com o grupo pelos corredores da empresa e saudou efusivamente o
chinês, morador de Campinas, seu parceiro de ping-pong nos tempos de colégio,
atualmente representante da empresa chinesa escolhida.
A
reunião aconteceu e o setor de Aquisições emitiu parecer dizendo não poder
garantir o sucesso da ação devido ao fato de que o fornecedor não estava
cadastrado no sistema, processo que duraria mais ou menos um mês, tempo esse
que inviabilizaria a entrega no prazo mesmo que viessem de avião
fretado comercial desde Pequim ou Xangai, já não poderiam dizer com certeza.
Nenhum deles entendia bem o sotaque campineiro.
Simão
tomou para si a responsabilidade, coisa que sabiamente Godofredo já havia lhe
imputado, mestre na arte da delegação que era, e colocou seus próprios dados no
sistema, o que aceleraria o processo, mesmo sabendo que, à partir daí, estaria
devendo à sua própria empresa quase dois milhões de itens vagabundos chineses
equivalentes a meios milhão de dólares. O produtos eram realmente baratos.
Feito isso, disparou uma mensagem de “ok” para que a agência de publicidade
produzisse as peças, inclusive um filme de sessenta segundos para TV que
deveria estar no ar naquela noite.
Acompanhando online centímetro a centímetro o avião cruzar o planeta, Simão tinha ainda uma missão
a cumprir. Enquanto voavam os itens, Adalberto deveria preencher a papelada da
Receita Federal para que a inspeção aduaneira soubesse de antemão o que estava
por vir e não criasse caso com a enorme e inusitada carga para um cliente mais
inusitado ainda.
- Adalberto,
eu sei que já são cinco e quinze, mas antes de você ir embora, será que você
poderia me fazer a gentileza de, por favor, preencher a papelada da Receita dos
itens que estão vindo da China? - é impressionante como o desespero nos deixa
educados.
- Tá
vendo aquela caneta ali no chão? - perguntou Adalberto.
- Sim, é a chinesa. O
que que tem ela?
- Ela
caiu ali eram cinco horas.
- E daí?
- E daí
que ela está no chão desde às cinco horas porque à partir das cinco horas eu não trabalho mais.
- E o
que você está fazendo na empresa então??
- Estou
atualizando meu Facebook.
Vendo a
inutilidade de sua permanência ali, Simão catou a papelada da Receita e foi até
o Departamento de Notas Fiscais para ver se alguém ali poderia ajudá-lo, mas
também foi em vão. Então começou a preencher com o que achava certo. Inseriu um
número de CNPJ com vinte e três dígitos, um registro de importador inventado e despachou
tudo com um carimbo vermelho escrito PDR, sigla para Produto Defeituoso
Reutilizado.
Por
algum milagre que só o santo protetor dos processos corporativos poderia ter
perpetrado, os itens chegaram no último dia do prazo dado por Godofredo que foi
pessoalmente inspecionar as caixas de papelão carimbadas com diversos
ideagramas incompreensíveis. Ficou tão satisfeito que chegou até a comentar com sua
secretária.
A ação
correu na semana seguinte e foi um grande sucesso, como já haviam previsto os
especialistas da G.I.R.I.N.O, o marketing e o departamento de Aquisições. E a
causas de tanto sucesso eram óbvias: o levantamento acurado das preferências dos
cliente, a intocável campanha de comunicação que provavelmente renderia uma
indicação a Cannes para a agência e, claro, a perfeita negociação de condições
que fizera o departamento de Aquisições com o fornecedor.
Alguns
dias porém após a ação ter acontecido, as vendas que foram levemente elevadas e
conferiam ao gráfico uma esperançosa tendência de crescimento, voltou a cair e
a proximidade do vermelho no resultado da empresa levou Godofredo a chamar
outra reunião quase às nove da noite, mas dessa vez todos sabiam o assunto, apesar de novamente não
estar especificado na convocação via email.
Com
todos presentes, Godofredo disse.
- Confiei
em vocês e as vendas voltaram a cair. Quero que importem mais bugingangas da
China, mas dessa vez para essa semana. Vocês são bons e não vão cometer os
mesmos erros duas vezes. Já passaram por esse processo e sabem que pontos devem
ser revisitados. Uma semana. E se não chegar, Simão, você será demitido.
Sem
deixar que Godofredo terminasse a frase, Simão disparou da sala de reunião
direto para a baia onde trabalhava Adalberto na esperança de ainda encontrá-lo ali.
- Adalberto,
Adalberto! O Godofredo quer mais uma encomenda da China! Preciso
correr primeiro com a papelada da Receita. Me ajuda!?
-
Bugingangas da China de novo!? Só se fala nisso agora! Quero é saber quando
essa empresa vai voltar a vender chaves de fenda.
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