Venho revirando minha vida à procura de verdades e a única que encontrei até agora é que, por mais eternas que possam parecer, as verdades são mesmo é transitórias.
São transitórias porque nós não somos sempre os mesmos. Enganamo-nos querendo que as verdades se mantenham as mesmas tentando buscar uma coerência que a vida em si não tem. Teimamos em acreditar nelas mesmo quando elas zombam da gente já dentro do túmulo, mortas e enterradas.
Minhas verdades hoje são mais reflexo do que eu sinto do que dos meus pensamentos racionais. Se sentir raiva, essa é verdadeira. Quando passa a raiva e sinto afeto, esse é verdadeiro. Verdades absolutas são colunas dóricas em ruínas. Lindas e nos fazem refletir sobre o passado, mas são vítimas de uma tirânica obsolescência.
Verdade, verdade mesmo, é o que nos move a fazer coisas. Por isso, verdade é sentimento. Verdade se manifesta no tremor nas pernas e na contração no abdome. Quase podemos tocar a tensão no ar.
A coerência da vida ou esse prolongamento da vida útil de uma verdade só é possível com a manutenção do sentimento. O silêncio é árido e só espinho se cria nesse ambiente. Fazer uma verdade florescer diversas vezes ao longo da vida é uma questão de regar o sentimento que a sustenta. Essa água pode ser feita de saliva ou lágrimas, mas o importante é que esteja sempre fresca. Cabe-nos escolher quais verdades valem à pena serem regadas e quais devem secar e dar lugar a novas.
Um comentário:
É a mais pura verdade!!
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