Assim foi anunciada a autora do romance Ursula em 1860 nas páginas do jornal A Moderação, de São Luis, Maranhão.
Pelos predicados poderíamos pensar que a tal excelentíssima senhora tratava-se de uma mulher nobre, esposa de um senhor de engenho, talvez. Mas não. Dona Maria Firmina era negra, filha de mãe branca e pai negro, autodidata, professora e abolicionista. Seu romance Ursula versa sobre a questão abolicionista quase trinta anos antes de sua efetivação pela Lei Áurea.
Começou a ter contato com a literatura ainda moça sob os auspícios de uma tia de melhores condições financeiras e outros parentes, como Sotero dos Reis, tio e famoso gramático da época. Suas obra, no entanto, não ficou circunscrita ao romance. Além de Ursula (1859), publicou também o romance Gupeva (1862/1862), diversos poemas em vários jornais da época e um livro de poesias Cantos `a Beira Mar (1871) e compos diversas musicas, inclusive uma para a Valsa de Gonçalves Dias. Em 1887 publica seu conto A Escrava, uma critica aberta ao regime escravistas, posição que manteve e teve tanto destaque a ponto de compor um Hino `a Libertação dos Escravos, em 1888.
Uma excelente referencia sobre a escrita de Maria Firmina encontra-se no excelente A Escrita de Maria Firmina dos Reis na Literatura Afrodescendente Brasileira, (http://amzn.to/2khyFx2) de Algemira de Macedo, Doutora em Letras da PUCRS.
Para os novos e futuros autores que estão dando seus primeiros passos nas estradas desse Império das Letras, vale a pena conhecer os primeiros passos do romance no Brasil através da obra da Excelentíssima Senhora Dona Maria Firmina dos Reis.
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