7 de maio de 2004

Cala-te

Cala-te, feio palhaço presunçoso!
Tira tua máscara de rei e revela-te como és!
Um simplório mamífero de dois pés
Cheio de defeitos como qualquer outro.

As facilidades não te calejam a mão
Num piscar de olhos: um circo, um avião
E o teu suor, palhaço?
Escorrerá branco per tuas têmporas como um leproso a perder a face?

Silêncio e ouça, hiena!
Tu que não escutas com medo de ser convencido
Tu que fala com a mente e mente de coração
Tu, rasteiro, que ama a todos pelo que podem fazer por ti.

Ai daquele que te desaponta
Ai de ti que cobra soberania
Logo tu, tão humano quanto os outros
E talvez até menos humanizado

Então, cala-te, licantropo!
Meio-homem, senta-te!
E escuta o mundo
Usa tuas orelhas em dobro pois lhe sobram
Resigna-te.

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