7 de maio de 2004

Rebento

Fria faca da paixão
Cortou a carne de dentro
Manchou com a negação a redenção deste rebento

Filho do amor
Choro por não ter conhecido
Sua mãe morreu no parto
No quarto antes de ter amanhecido

O espelho d’água reflete
A dor que meus olhos vertem
A fria lâmina da paixão repete
A lenta melodia da negação

Os tambores secos tocam
O ritmo funerário
Entristece aquele lindo sorriso
Enegrece o colorido cenário

E a areia se esvai por entre os dedos
Os papéis guardando seus segredos
Lábios que não posso beijar
O abraço não segura a lembrança
Mas doura a pílula de esperança
De outros lábios encontrar.

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